Em uma semana, mais uma criança teve confirmação para a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) em Minas Gerais. Com isso, sobe para 80 o número de casos positivos no estado.

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Além disso, no mesmo período, mais quatro notificações para a enfermidade foram feitas, aumentando o número de casos suspeitos para 227 no território mineiro. A quantidade de casos descartados também subiu: na semana passada eram 106 e agora são 115. 

Os dados estão presentes no mais recente boletim epidemiológico semanal para a SIM-P, divulgado na terça-feira (16) pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). Em outubro do ano passado, uma criança de nove anos morreu vítima da doença em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira.

Conforme a SES-MG, a maior parte dos casos confirmados (63%) ocorreu em meninos. A faixa etária com o maior número de confirmações é a de 0 a quatro anos de idade, com 52,5%. A média de idade dos casos confirmados é de 5,1 anos. Veja abaixo:

  • 15 a 19 anos – 0%
  • 10 a 14 anos – 7,5%
  • 5 a 9 anos – 40%
  • 0 a 4 anos – 52,5%

A Unidade Regional de Saúde (URS) de Belo Horizonte lidera o ranking de cidades com casos confirmados da doença, conforme o Estado, com 47 crianças com SIM-P. A capital, sozinha, tem 28 confirmações; Contagem, na região metropolitana, tem sete confirmações, e Betim, na mesma URS, tem quatro casos. Esmeraldas, Ibirité, Ribeirão das Neves e Santa Luzia, todas na grande BH, têm um caso cada.

O que é a síndrome

Embora tenha o quadro clínico bastante semelhante à síndrome de Kawasaki, a SIM-P geralmente ocorre em crianças mais velhas, com alterações dos marcadores inflamatórios e disfunção cardíaca, e está temporalmente associada à Covid, ou seja, os primeiros registros se deram após o surgimento do novo coronavírus.

Os principais sintomas são febre persistente e intercorrências gastrointestinais – com dor abdominal – conjuntivite, exantema (rash cutâneo), erupções cutâneas, edema de extremidades e hipotensão (queda da pressão arterial), dentre outros. Já os sintomas respiratórios não estão presentes em todos os casos. Há importante elevação dos marcadores inflamatórios e o quadro clínico pode evoluir para choque.

Protocolos

A investigação foi realizada pela área técnica da SES-MG com apoio do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde do Estado de Minas Gerais (Cievs-Minas). Foi realizado amplo estudo do caso com encaminhamento de amostras clínicas para pesquisa de várias etiologias pelo Laboratório Central (Lacen) da Fundação Ezequiel Dias (Funed) e pelo Laboratório de Referência Nacional (LRN) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz RJ). Todos os exames descartaram outras causas.

Uma equipe técnica do Ministério da Saúde também analisou o caso para validar o diagnóstico de óbito por SIM-P, considerando que a síndrome é nova e apresenta quadro clínico de amplo espectro.

Fonte: Hoje em Dia

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