Minas Gerais tem mais pacientes internados nos hospitais públicos por causa da Covid-19 em dezembro do que em julho, quando o Estado vivenciou o pico da pandemia. Nessa segunda (21), 2.985 pessoas estavam em leitos exclusivos para a doença na rede do SUS, sendo 1.092 em UTIs. Médicos alertam que os números preocupam e o cenário pode piorar, caso as recomendações de segurança para barrar o contágio não sejam seguidas durante as festas de fim de ano.

Os dados são da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). Atualmente, Minas tem 11.235 mortes e 499 mil casos do novo coronavírus.

Durante o platô registrado no início deste semestre, o pico de internações foi em 27 de julho. Na época, 2.935 leitos estavam ocupados. Conforme a SES, os números levam em conta quem já estava internado, quem não teve alta ou morreu e as pessoas levadas para leitos hospitalares naquele dia. 

Das 2.647 vagas de UTI da rede pública ocupadas no Estado, 41% são utilizadas para tratar mineiros com sintomas graves da Covid. Na quarta-feira da semana passada, Minas registrou recorde de internações realizadas em um único dia, com 358 casos confirmados ou suspeitos da doença.

Mesmo assim, a SES-MG afirma que ainda não é possível afirmar que há um novo pico da pandemia. Segundo a secretaria, embora tenha ocorrido um crescimento das notificações, isso não se refletiu em aumento de mortes.

O secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, informou que todas as macrorregionais de saúde tiveram incremento de leitos e o Estado hoje conta com 1.885 espaços de UTI a mais do que em fevereiro.

“É muito importante destacar que ter leitos de UTI disponíveis não significa sinal verde para relaxar nos comportamentos preventivos. Pelo contrário. Quanto mais cuidadosos formos agora, melhor. É preciso lembrar que o Estado tem uma capacidade limitada para abrir leitos, este não é um recurso infinito”, afirmou o secretário.

Festas
Para o presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano, a pandemia está em um patamar, no mínimo, igual ao vivenciado em julho. E pode haver uma piora, se a população não atender às recomendações das autoridades de não realizar celebrações de Natal e Ano Novo com quem não vive na mesma residência.

“Quanto mais as pessoas ficam juntas em um ambiente sem máscara, maior a chance de transmissão. Basta haver uma contaminada para transmitir às outras, que depois vão levar o vírus para suas casas e locais de trabalho. Tudo começa com festas dentro de casas, bares ou boates”, disse o infectologista.

Se houver bebida alcoólica na reunião entre familiares e amigos, o risco é potencializado. “As restrições vão embora após algumas taças de vinho”, explicou. 

ALÉM DISSO:

Em Belo Horizonte, a ocupação dos leitos de UTI exclusivos para Covid-19 está em 70,1%. O número de ontem apresentou uma leve queda – no último boletim, da semana passada estava em 70,4% -, mas ainda preocupa. 

A taxa segue em nível de alerta máximo, em vermelho no indicador de monitoramento. Já nos leitos de enfermaria está em amarelo, o que significa estado de atenção, com 66%.

Desde o início da pandemia, em março, a capital já registrou 1.789 mortes ocasionadas pela doença, oito registradas apenas no boletim desta segunda.

Fonte: Hoje em Dia

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