O Estádio Governador Magalhães Pinto, carinhosamente conhecido como Mineirão, completa nesta sexta-feira (5) seis décadas de existência. Inaugurado em 5 de setembro de 1965, o Gigante da Pampulha já foi palco de mais de 3.800 partidas e marcou gerações de torcedores com momentos de glória, tristeza e emoção.
Inicialmente batizado como “Estádio de Minas Gerais”, o Mineirão teve seu nome alterado para a atual denominação em 18 de janeiro de 1966. Ao longo de seus 60 anos, o estádio foi a casa dos clubes Atlético e Cruzeiro por quase 58 anos, tornando-se um dos principais templos do futebol brasileiro.
O primeiro título disputado no estádio veio em 12 de fevereiro de 1966, com o Cruzeiro conquistando o Campeonato Mineiro de 1965. O Atlético, por sua vez, levantou seu primeiro troféu no local em 1970, com a Taça Belo Horizonte.
Levantamento realizado pela Rádio Itatiaia mostra os clubes que mais comemoraram títulos no Mineirão. Atlético e Cruzeiro lideram com 38 conquistas cada. América e São Paulo somam três títulos cada um, enquanto Palmeiras, Ipatinga, Racing (Argentina) e Estudiantes (Argentina) conquistaram uma taça cada no estádio. A contagem considera apenas decisões realizadas no próprio Mineirão.
Mas nem só de conquistas se faz a história do estádio. Grandes decepções também marcaram o Gigante da Pampulha. Em 1978, o Atlético perdeu nos pênaltis para o São Paulo, que levou o título do Campeonato Brasileiro de 1977, mesmo com o time mineiro invicto. Em 1987, o estádio viu dois tropeços consecutivos na semifinal da Copa União: o Atlético foi derrotado pelo Flamengo (3 a 2), e no dia seguinte o Cruzeiro caiu para o Internacional (1 a 0 na prorrogação).
Outros momentos dolorosos incluem o empate entre Cruzeiro e Racing, em 1988, que deu ao clube argentino a Supercopa; a derrota do Cruzeiro para o São Paulo, nos pênaltis, na Recopa Sul-Americana de 1993; e o surpreendente título mineiro conquistado pelo Ipatinga, em 2005, com vitória sobre o Cruzeiro por 2 a 1.
Ainda em 2005, o Atlético empatou com o Vasco e foi rebaixado à Série B do Campeonato Brasileiro. Quatro anos depois, em 2009, o Cruzeiro foi derrotado pelo Estudiantes-ARG por 2 a 1 e perdeu a final da Copa Libertadores no Mineirão.
Talvez o episódio mais emblemático da história recente do estádio tenha sido a goleada da Alemanha sobre o Brasil, por 7 a 1, na semifinal da Copa do Mundo de 2014 — uma das maiores tragédias do futebol brasileiro. Em 2019, mais um capítulo amargo: o Cruzeiro perdeu para o Palmeiras por 2 a 0 e também foi rebaixado à Segunda Divisão.
Ao longo de 60 anos, o Mineirão foi palco de alegrias inesquecíveis, frustrações dolorosas e eventos históricos que transcenderam o futebol. Reformado e reinaugurado em fevereiro de 2013, o estádio segue sendo um símbolo da paixão do povo mineiro pelo esporte, guardando em suas arquibancadas a memória viva de uma das maiores arenas do Brasil.
Com informações do Itatiaia