O empresário Joesley Batista, proprietário da JBS, disse em delação premiada que o estádio Mineirão foi usado para repassar R$30 milhões ao então governador eleito de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), em 2014. Batista falou que se encontrou com Pimentel no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, e que foi orientado pelo político a comprar 3% das ações do estádio da HAP Engenharia – uma das empresas que integravam o consórcio Minas Arena, que controla o estádio.

“Ele [Pimentel] me recebeu lá no hangar mesmo, R$ 30 milhões, tudo bem. Para viabilizar, ele me apresentou um sujeito, que era o dono de uma construtora, que me vendeu 3% de um estádio”, disse Batista na delação.

Batista contou ainda que o pagamento do valor foi acertado por meio do então tesoureiro da campanha do PT, Edinho Silva, e que Pimentel já havia conversado com a então presidente da República, Dilma Rousseff (PT), e que ela havia indicado que o valor deveria ser pago a Pimentel.

Por meio da assessoria, o governador Fernando Pimentel afirmou que o delator faz uma “acusação leviana e mentirosa” e que não apresenta provas ou evidências materiais. Pimentel nega que tenha recebido valores da JBS. Sobre a HAP, afirmou que a empresa já esclareceu publicamente que exerceu o direito de compra e venda de ações e que a transação seguiu trâmites legais, não tendo havido repasse a político ou partido.

A HAP Engenharia confirmou a operação de venda de 3% de 16% das ações, mas esclareceu que para a formalização da transferência ainda aguarda a anuência de instituições financeiras. A empresa foi questionada sobre o tempo decorrido desde 2014 e ainda não se posicionou. Afirmou também que os recursos foram totalmente destinados à operação da construtora, não tendo havido repasse de qualquer parte a político ou partido político. A HAP se colocou à disposição da Justiça para apresentar os comprovantes da transação e da destinação dos recursos e para prestar todos os esclarecimentos necessários.

A Minas Arena, concessionária que administra o Mineirão, nega que a J&F e a JBS sejam acionistas do estádio e afirma não ter recebido autorizações necessárias para formalização de compra e venda de ações.

Em nota, assessoria de imprensa da ex-presidente Dilma Rousseff, do PT, disse que as afirmações do empresário Joesley Batista são improcedentes e inverídicas, que ela jamais tratou ou solicitou de qualquer empresário, nem de terceiros, doações, pagamentos ou financiamentos ilegais para campanhas eleitorais.

O diretório regional do PT-MG garantiu que todas as informações referentes à prestação de contas eleitorais, assim como de seus candidatos, foram devidamente apresentadas à Justiça Eleitoral.

O PT Nacional não vai se posicionar.

 

Fonte: G1 ||

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