A busca por doadores de sangue costuma ser uma tarefa difícil para pacientes ou familiares que necessitam de transfusão. Mas essa procura tende a se tornar mais fácil, à medida que a tecnologia começa a ser usada como aliada. Um exemplo disso é o novo aplicativo Mais Vida, criado por uma equipe de Belo Horizonte, que pretende ser uma rede social para doação de sangue.
O aplicativo permite o cadastro de possíveis doadores e de pessoas que estejam precisando de uma doação. No cadastro do paciente, ele deve preencher dados como o tipo sanguíneo necessário, onde o paciente está e, se quiser, o motivo da transfusão. Já os doadores preenchem seu tipo sanguíneo e sua localização.
?Quando o paciente faz o cadastro, o aplicativo o direciona para um mapa que indica pessoas que baixaram o app e são doadoras espontâneas. O programa, então, envia uma mensagem ao doador para que ele possa realizar a doação?, explica a empresária Simone Sternick, que idealizou o projeto com outros dois programadores.
A novidade é recebida com entusiasmo por quem precisou procurar recentemente por doadores. ?Se eu soubesse da existência de um aplicativo como esse, seria fantástico?, comenta a empresária Giselle Roberti. Ela recorreu à ajuda dos amigos na semana passada para conseguir doações de sangue para seu cunhado. ?Postei a demanda em meu Facebook, pois foi onde eu achei que conseguiria me comunicar mais rápido com as pessoas?, revela. Dos quase 400 amigos que tem na rede social, Giselle conseguiu seis voluntários. Desses, somente dois puderam, efetivamente, realizar a doação. ?Os critérios do hemocentro que atende o hospital onde meu cunhado está são muito rígidos?, lamenta.
Iniciativa
A ideia da criação do app surgiu depois que o avô de Simone precisou de uma transfusão de sangue, cerca de um ano e meio atrás. Após fazer um apelo em seu próprio Facebook, ela percebeu que mais da metade das pessoas que doaram sangue não eram suas conhecidas. ?Infelizmente, meu avô chegou a falecer, mas percebi que aquilo podia ter causado mudanças não só para ele, mas para outras pessoas?, revela.
Lançado há menos de um mês, o aplicativo já está tendo boa saída na Apple Store. ?Já temos mais de 300 cadastros de pacientes, mais de 260 downloads de doadores espontâneos e mais de 850 curtidas no Facebook?, comemora Simone, que confessa ter ficado surpresa com a adesão ao serviço. ?Pudemos ver que já fizeram download na Argentina, Alemanha, no Japão e nos EUA?.
O aplicativo Mais Vida atualmente está disponível gratuitamente para a plataforma iOS e no Facebook. Os desenvolvedores prometem uma versão para o sistema Android em breve.
Critérios gerais para ser um doador
Documentação. Para doar, o voluntário deve ter em mãos um documento de identificação com foto, emitido por órgão oficial e que seja válido em todo o território nacional.
Peso. O doador não pode ter menos de 50 kg.
Idade. Podem doar pessoas entre 16 e 67 anos. Já os menores de idade precisam de autorização de pais ou responsáveis para fazer a doação.
Saúde. Não podem doar pessoas que tiveram diagnóstico de hepatite após os 10 anos de idade, nem quem está exposto ao risco de doenças transmissíveis pelo sangue (ex: Aids, sífilis e doença de Chagas).
Vida sexual. Para doar, o voluntário não pode ter tido múltiplos parceiros sexuais no último ano.
Mulheres. Grávidas ou quem está amamentando não pode doar sangue.