O Boletim de Acompanhamento nº 24, do projeto-piloto Monitoramento Covid Esgotos, aponta “aumento generalizado” na detecção do novo coronavírus na mais recente semana de estudo nas regiões pesquisadas, que recebem esgotos das cidades de Belo Horizonte e Contagem.

Em BH, a população total infectada estimada alcançou cerca de 600 mil pessoas, ante 500 mil há uma semana. Em Contagem, a população infectada estimada mais que dobrou em relação às duas semanas anteriores, chegando a cerca de 300 mil pessoas.

“Este cenário reflete o aumento da circulação do vírus em Belo Horizonte e aponta fortes indícios para novo agravamento da pandemia na capital. Ressalta-se, então, a importância do fortalecimento de medidas de prevenção e controle para redução da disseminação do vírus no município”, afirmam os pesquisadores.

O projeto-piloto é uma iniciativa conjunta da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Estações Sustentáveis de Tratamento de Esgoto (INCT ETEs Sustentáveis/UFMG), em parceria com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) e a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).

De acordo com os pesquisadores, na bacia do Arrudas, o aumento da carga viral detectada nos esgotos foi “acentuada” em cinco das sub-bacias pesquisadas e em outras sub-bacias eles destacam os aumentos consecutivos nas últimas seis semanas de estudo. Na bacia do Onça, em sete pontos de coleta foram observados “aumentos exacerbados dos percentuais de população infectada”.

Os resultados das amostras de esgotos coletadas durante todo o projeto estão acessíveis no Painel Dinâmico Monitoramento Covid Esgotos (dashboard) em: https://bit.ly/dashboard_covid_esgotos.

Sobre o projeto-piloto


O projeto-piloto Monitoramento Covid Esgotos tem o objetivo de monitorar a presença do novo coronavírus nas amostras de esgoto coletadas em diferentes pontos do sistema de esgotamento sanitário das cidades de Belo Horizonte e Contagem, inseridos nas bacias hidrográficas dos ribeirões Arrudas e do Onça. Assim é possível gerar dados para a sociedade e ajudar gestores na tomada de decisão.

O trabalho, que terá duração inicial de dez meses, é fruto de Termo de Execução Descentralizada (TED) firmado entre a ANA e o INCT ETE Sustentáveis/ UFMG. Com a continuidade dos estudos, o grupo pretende identificar tendências e alterações na ocorrência do vírus nas diferentes regiões analisadas para entender a prevalência e a dinâmica de circulação do vírus.

Os pesquisadores participantes do estudo reforçam que não há evidências da transmissão do vírus através das fezes (transmissão feco-oral) e que o objetivo da pesquisa é mapear os esgotos para indicar áreas com maior incidência da doença e usar os dados obtidos a partir do esgoto como uma ferramenta de aviso precoce para novos surtos, por exemplo.

Com os dados obtidos, é possível saber como está a ocorrência do novo coronavírus por região, o que pode direcionar a adoção ou não de medidas de relaxamento consciente do isolamento social. Também pode possibilitar avisos precoces dos riscos de aumento de incidência do Covid-19 de forma regionalizada, embasando a tomada de decisão pelos gestores públicos.

Fonte: Ascom/ANA

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