A cidade de Conceição do Pará está sem água potável e, apesar da queda no volume de água, a situação segue em estado de alerta nesta terça-feira (11) por causa do transbordamento do Rio Pará e do alerta de rompimento da Barragem do Carioca.

Ainda segundo a Defesa Civil ainda há moradores ilhados sendo resgatados das casas. O volume de água no Rio Pará – onde deságua o Rio São João que forma a barragem – abaixou 20 centímetros, mas continua acima do nível ideal.

A Barragem do Carioca, que teve constatados o transbordamento da represa, uma erosão na lateral e uma fratura no duto principal, segue sendo monitoradas. Caso ela se rompa afetará Conceição do Pará e pelo menos outros três distritos localizados entre Conceição do Pará, Pará de Minas e Pitangui.

Ilhados e desabrigados

Na manhã desta terça, equipes do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar (PM) continuaram o trabalho de resgate das pessoas ilhadas. No entanto, pelo menos 200 famílias continuam na região.

De acordo com a Defesa Civil, são moradores de comunidades rurais que estão debaixo d’ água porque ficam localizadas próximos aos Rios São João e Pará que começaram a transbordar no último domingo (9).

Em áudio compartilhado na noite de segunda (10) pela assessoria de comunicação da Prefeitura de Pará de Minas, o prefeito Elias Diniz (PSD) disse que 130 pessoas estão abrigadas em casas de família e abrigos; 30 da área do distrito de Carioca e 100 de Onça de Pitangui e Conceição do Pará.

Elias explicou que duas famílias que estavam ilhadas desde domingo foram retiradas nesta segunda e encaminhadas para casas de parentes. Ainda no distrito de Carioca, uma casa desabou, mas ninguém ficou ferido e os moradores foram resgatados pelo Corpo de Bombeiros.

Barragem do Carioca

Um Posto Avançado foi criado pela Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Policias Civil e Militar em Conceição do Pará para o monitoramento da Barragem do Carioca a cada 30 minutos. O local pertence à empresa de Tecelagem Santanense, construída para geração de energia do empreendimento.

Em nota, a empresa ressaltou que não houve rompimento da barragem e que o volume de água aumentou naturalmente devido as chuvas no Estado. Apesar disso, a empresa informou que segue monitorando o local e tem um Plano de Ações Emergências. 

O prefeito de Pará de Minas explicou que o volume de chuvas que vem atingindo a região nos últimos 10 dias é muito expressivo. “No sábado, tínhamos uma previsão de 70 mm de chuvas, mas tivemos o dobro. Isso atingiu não só o perímetro urbano, mas também os distritos e povoados”.

Ainda na segunda, o prefeito de Pará de Minas, Elias Dinizz explicou que o volume de chuvas que vem atingindo a região nos últimos 10 dias é muito expressivo. “No sábado, tínhamos uma previsão de 70 mm de chuvas, mas tivemos o dobro. Isso atingiu não só o perímetro urbano, mas também os distritos e povoados”.

O distrito de Carioca, onde fica a usina hidrelétrica, foi um dos locais mais afetados, principalmente, porque recebe água também das barragens de Benfica e dos Britos, que ficam em Itaúna.

Com o aumento do volume de água, houve um transbordamento da represa e uma erosão na lateral. Além disso, o duto principal fraturou.

“Vamos fazer uma análise técnica agora pela manhã, junto com a empresa responsável, a Santanense, pois não é possível fazer uma análise visual. Pretendemos fazer também um sobrevoo, para monitorar as laterais da barragem e verificar se elas estão firmes”, afirmou Elias Diniz.

Recomendação

A Prefeitura de Pará de Minas e a Defesa Civil recomendaram, no domingo (9), que os moradores da cidade, Pitangui e Onça de Pitangui, que moram abaixo da Usina do Carioca, deixassem as casas imediatamente, por causa alto risco de rompimento da barragem.

“É imprescindível que os moradores do entorno da barragem de carioca deixem suas casas imediatamente, pois existe o risco iminente da barragem romper”, disse Maurício.

Equipes da Prefeitura, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros estão no local. Está em funcionamento o ponto de apoio em Carioca, no Posto de Saúde e no Salão ao lado da igreja. O objetivo é receber as famílias dos moradores das imediações da barragem que não tem para onde ir.

Confira a nota na íntegra

A Santanense vem comunicar que não houve o rompimento da barragem de concreto da usina do Carioca. Devido ao alto índice de chuvas que assola o estado há dias, o volume de água que inverte naturalmente da barragem aumentou significativamente, o que vem sendo constantemente monitorado pela empresa e reportado as autoridades competentes.

Apesar de ter sido identificado o descalçamento parcial do conduto acessório engastado ao barramento, a estrutura da barragem permanece preservada. A situação vem sendo monitorada pela empresa inclusive com vistoria in loco realizada na data de hoje pela defesa civil e corpo de bombeiros. Mesmo sem exigência legal a santanense, primando por segurança já havia providenciado o plano de ações emergenciais, para que sejam tomadas todas as providências pertinentes.

A Santanense reitera seu compromisso de segurança e transparência com a comunidade e autoridades públicas e continuará monitorando de perto a situação da barragem tão logo surjam quaisquer novidades a santa nesse prestar as devidas informações e assistências necessárias.

Prefeito de Pará de Minas

Em vídeo divulgado na noite de domingo, Elias Diniz disse que equipes foram mobilizadas para atender os moradores que precisam sair de casa, assim como um ônibus para buscar as pessoas e oferecer um abrigo para quem não tem para onde ir. 

Bombeiros

Em postagem no Instagram, o Corpo de Bombeiros de Pará de Minas falou sobre o risco de rompimento.

“Caso ocorra o rompimento, o risco de atingimento é das áreas abaixo da barragem, próximo aos rios São João e Pará. A mancha de inundação do plano de ação da empresa Santanense (responsável pela barragem) não contempla a zona urbana de Pará de Minas”.

O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) informou que, “conforme noticiado pela Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDEC), está atuando nas evacuações preventivas das pessoas localizadas nas imediações da Represa do Carioca. O CBMMG atuará juntamente com os demais órgãos no Sistema de Comando de Operações já instalado no local”.

Fonte: G1

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