Mulheres acima de 40 anos que estão desempregadas e foram identificadas pelo Governo de Minas, estão animadas com o projeto ?Com licença, vou à luta?. A iniciativa do Estado prevê a inserção no mercado de trabalho especificamente para esse público, além de incentivar o aumento de escolaridade. O projeto foi lançado pelo governador Antonio Anastasia no dia 14 de julho deste ano, e reuniu as cem primeiras mulheres que serão atendidas, dos municípios de Capim Branco, Confins e Mateus Leme.
No total, o Governo de Minas identificou 7.789 mulheres com mais de 40 anos desempregadas. O levantamento foi realizado por meio de questionários do projeto Porta a Porta, também do Estado e aplicado em nove cidades: Matutina, Ninheira, Arinos, Santo Antônio do Jacinto, Itinga e Presidente Kubitschek, além dos outros três municípios.
Ismênia Ferreira, 52 anos, de Mateus Leme, não trabalha há quase 33 anos. Ela deixou seu último emprego, de caixa em um supermercado, para se casar. Teve três filhos, se divorciou e, hoje, busca uma chance para ganhar o próprio dinheiro. ?Preciso superar essa situação, ter o meu dinheiro, para poder sustentar a casa. Também tenho vontade de voltar a estudar?, afirma. Ismênia estudou até a 5ª série, incompleta, e está feliz em poder participar da iniciativa de aumento de escolaridade, propiciada pelo ?Com licença, vou à luta?.
Caminhar com as próprias pernas também é a expectativa de Vânia da Silva, 47 anos, de Confins. ?Tenho até a 8ª série e o máximo que trabalhei não conta nem um ano, em uma loja. Agora estou separada e a expectativa é boa, quero ampliar meus horizontes, procurar ter uma vida nova. Estou tentando me descobrir como pessoa. É importante que eu tenha minha própria vida com meu próprio dinheiro. Vou à luta, com a cara e a coragem. O projeto foi um presente de Deus, eu estava precisando, mas não sabia onde buscar apoio?, relata.
Assim com ela, Maria Emília Martins, 46 anos, também de Confins, está animada para o início das atividades. ?Espero que o projeto possa mudar minha vida. Eu que mantenho a casa, tenho três filhos e dois netos?, conta. Atualmente ela trabalha como diarista, pois está desempregada há um ano. ?Espero ter uma renda fixa, poder melhorar a casa, manter meus filhos nos estudos, me qualificar mais, trabalhar e quem sabe um dia montar meu próprio negócio. Vou voltar a estudar e me qualificar?, declara ela, que já trabalhou como salgadeira e cozinheira.
Mara Santos, 43 anos, de Capim Branco, também acredita que terá mais oportunidades depois que fizer um curso de qualificação. ?Nunca trabalhei fichada, sempre em casa. Fiz só até a 4ª série e faço uma faxina, quando aparece, mas espero ter uma boa melhoria e que o projeto continue. Estamos com esperança e pretendo fazer um curso para poder trabalhar?, destaca. Mara tem quatro filhos.
Etapa inicial
Inicialmente, as 100 primeiras mulheres que serão beneficiadas pelo ?Com licença, vou à luta?, serão contempladas, nesta primeira semana, com ações de apresentação do projeto e da equipe de trabalho nos municípios, encaminhamentos para os programas de aumento de escolaridade e obtenção de documentos. As mulheres receberão, ainda, orientações sobre direitos e deveres, saúde da mulher, cuidados pessoais e temas que convergem para a conquista da autonomia e melhoria de condição de vida.
Segundo a coordenadora do projeto, Vanessa Carvalho, após essa etapa inicial, elas começarão a ser qualificadas em atividades diversas como, por exemplo, recepcionista, atendente, doceira e salgadeira. Os cursos serão realizados em parceria com empreendimentos comerciais das cidades, que, por meio de um termo de adesão, estão apoiando o projeto. ?A partir do momento que um local adere ao projeto, ele passa a funcionar como Comitê de Trabalho Solidário, com disponibilidade para oferecer capacitação na área em que atua no comércio?, explica. A capacitação tem duração de três meses e, após esse período, as mulheres receberão apoio para inserção no mercado de trabalho.
Além disso, no próximo dia 25 de julho tem início, em Capim Branco, cursos de bordado, bijuteria e corte e costura em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), e que serão estendidos aos outros municípios beneficiados pelo projeto. Os cursos são complementares aos que serão aplicados por meio dos Comitês de Trabalho Solidário.
Oficina de Travessias
O ?Com licença, vou à luta? é um dos projetos que integram o programa Oficina de Travessias, do Governo de Minas, e tem por objetivo promover a autonomia das mulheres com mais de 40 anos, garantindo condições para se qualificarem para o mercado de trabalho ou para geração de renda.
O Oficina de Travessias é uma estratégia que prevê ações diretas e intersetoriais por meio de nove projetos, com uma meta única de promover a ?travessia? da população de uma situação de vulnerabilidade social para uma condição de vida mais saudável e segura, com perspectivas de elevação contínua da qualidade de vida. Os projetos que compõe o programa, além do ?Com licença, vou à luta? são: Porta a Porta, Agenda Mineira de Metas Sociais, Mães de Minas, Professores da Família, Rede Mineira de Inclusão de Jovens, Currículo do Trabalhador, Escola Mineira de Habitação Popular e Escola Travessia.
O ?Com licença, vou à luta? é um dos projetos que integram o programa Oficina de Travessias, do Governo de Minas, e tem por objetivo promover a autonomia das mulheres com mais de 40 anos.
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