O sistema bancário brasileiro é caracterizado por grande concentração e altos spreads.

4 (quatro) bancos, 2 públicos e 2 privados, controlam 80% de todo o crédito oferecido.

Os spreads, diferença entre a taxa de captação e a de empréstimo, são altíssimos.

No ano de 2009 o mundo vivia a maior crise econômica desde 1929. O governo federal convocou os bancos públicos para exercerem o seu papel, no interesse público, de serem agentes estimuladores de crédito mais barato e cooperarem para a execução de uma política pública anticíclica.

O Banco do Brasil, presidido por Lima Neto, resistiu à orientação. Foi substituído por Aldemir Bendine, o qual passou a expandir o crédito e baixar o spread bancário.

Os bancos privados rapidamente reagiram e adotaram a mesma prática, com receio de perderem espaço no mercado bancário.

Houve aquecimento de todos os setores econômicos, com aumento do consumo de bens, o governo passou a ter superávits sucessivos, houve queda do desemprego e aumento da formalização no mercado de trabalho. Em 2010 o Brasil cresceu 7,5% e todas as classes sociais foram beneficiadas, atingimos o pleno emprego.

Adianta o Banco Central determinar em 2019 a taxa Selic ser 6,5 % e os agentes econômicos não sentirem a diminuição das taxas de juros dos empréstimos?

As forças do mercado financeiro, muitas vezes, são letais para a economia, mais interessadas em gerar lucro pelo lucro, sem preocupação com a sua função social de geradores de crédito acessível. Neste momento, o governo precisa usar os bancos públicos para aumentar o volume de crédito e diminuir a taxa de spread.

A atual política deste governo para o setor, é os bancos públicos terem a função de venda de ativos, seja na forma de divisão das áreas operacionais do banco (cartão de crédito, seguro, capitalização, corretora, etc.) ou o desfazimento de participações em empresas.

Quando, excepcionalmente, se cogita do uso dos bancos públicos como política anticíclica, o atual governo afirma terem sido utilizados desta forma quando de indicações políticas para cargos de direção e se esquecem de ter sido uma política de estímulo à economia nacional.

Em termos de competitividade, os bancos públicos brasileiros são competentes, têm produtos competitivos, têm um corpo funcional preparado, geram altos lucros, têm grande rede de agências, praticam modernas políticas de atendimento, em muitos casos têm estrutura parecida aos bancos privados.

Agora, quando o mercado de crédito não age no interesse público e não exerce plenamente o seu papel social, cabe ao Governo fazer um chamamento a todos os bancos públicos para atenderem aos anseios do mercado, com a oferta de mais crédito e barato e, desta forma, estimular a economia, sob pena de essa omissão ser perniciosa aos anseios nacionais e benéfica apenas aos bancos privados.

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