O descaso do atual governo com o tema de meio ambiente é evidente.

Para piorar, em 2019 tivemos o rompimento da barragem em Brumadinho, no dia 25 de janeiro, e agora temos a ocorrência, inédita, de derramamento de óleo no litoral.

A primeira mancha de óleo apareceu no dia 27 de julho, a 700 km do litoral da Paraíba. Desde então, o óleo atingiu as praias do Nordeste e já chegou no Sudeste.

O óleo é de origem venezuelana, segundo os técnicos da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

A partir daí, o ministro do Meio Ambiente disse ser o petróleo vazado de origem venezuelana e não ser de nossa responsabilidade. A seguir, afirmou ter sido o óleo vazado por um navio do Greenpeace. Depois, afirmou ser o vazamento uma evidência das fragilidades da falta de condições para cuidarmos do nosso litoral, devido os governos anteriores não terem feito bons investimentos.

Felizmente, o Ministério Público Federal, de forma mais sóbria, pediu e a Justiça Federal de Pernambuco e de Alagoas determinou, no dia 22 de outubro, para a União adotar medidas para conter e recolher o óleo, com implantação de barreiras de proteção de ecossistemas mais sensíveis, além do fornecimento de equipamentos de proteção individual, inclusive para os voluntários, sob pena de multa diária.

Nas investigações, apareceram indícios de o petróleo ter sido derramado por um navio grego ou por um navio fantasma (navegando com o sistema de rastreamento desligado, para não ser detectado pelas autoridades).

O óleo afetou cerca de 14 unidades de conservação,  com danos permanentes e muitas vezes invisíveis. Foi detectada a presença de óleo no organismo de animais e a morte de centenas de tartarugas, aves e peixes.

O secretário de Aquicultura e Pesca, Jorge Seive Junior, disse, em uma transmissão, ao lado do Presidente Jair Bolsonaro, “o peixe é um bicho inteligente. Quando ele vê uma manta de óleo ali, capitão, ele foge, ele tem medo. Então, obviamente, você pode consumir o seu peixe, sem problema nenhum”. Essa afirmação é desprovida de qualquer cunho científico e destoa da orientação, efetuada por pesquisadores da UFBA, para a população não consumir peixes de áreas contaminadas.

A seguir, o secretário de Aquicultura e Pesca, de forma irônica, em vídeo na rede social, afirmou: “Pessoal, alguém tem algum vídeo, algum registro de cardumes suicidas, se jogando para dentro da mancha de óleo? Não, né. Então, o seguinte, curte a sua sexta-feira e para de mimimi, valeu?

É, os agentes públicos deveriam ser mais profissionais em lidar com assuntos ligados à saúde do povo. Esse acidente prejudicou a pesca, o turismo, a fauna e flora, com consequências deletérias potencializadas pela demora do governo em adotar as medidas urgentes para minimizar os impactos, pois estavam mais preocupados em procurar culpados e fazer declarações e postagens nas redes sociais.

Por Euler Vespúcio Advogado Tributarista eulervespucio.com.br

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