Ultimamente o povo formiguense tem dado algumas mostras de sua politização e, cada vez, mais consciente de seus direitos, os tem defendido.
Na manhã de terça-feira (15), por volta das 9h, o cidadão Antônio Borges Rezende, esteve no Pronto Atendimento Municipal (PAM), para que lhe fosse ministrada uma medicação prescrita anteriormente. Enquanto aguardava os trâmites burocráticos, deparou-se com uma situação inusitada: duas senhoras uma mais jovem e outra de certa idade (+ ou ? 60 anos) estavam tomando soro em local inapropriado – depósito de materiais, onde o cheiro de medicamentos era forte, segundo relato de Antônio. Uma delas era obrigada a descansar o braço em cima de uma mesinha e a outra, apoiando-se na própria coxa.
O local, como mostra a foto por ele tirada é realmente inapropriado para este tipo de intervenção e o que é pior, segundo o reclamante, havia a poucos metros dali, em frente a tal sala, um quarto com camas para atendimento, totalmente vazias.
A indignação de Antônio tornou-se maior ainda, ao ser questionado por uma funcionária do local, que o repreendera por estar fotografando (VIA CELULAR) a prova da ineficiência (descaso) do poder público para com a população, no caso dos atendimentos médicos.
Antônio registrou seu inconformismo, não só por meio de fotos. O fez também, por meio de denúncia formulada junto ao Ministério Público posteriormente, dirigiu-se à redação do jornal Nova Imprensa, solicitando a divulgação de tais fatos para que a população se mire em tal exemplo e se anime a cobrar nos locais apropriados e na hora certa, os seus direitos.
Com este exemplo de cidadania, que o jornal faz questão de trazer a público, comprova-se o que nas redes sociais e por meio de certos órgãos de imprensa já se tornou verdade consumada: o povo está de ?saco cheio? e cansado de esperar pelo cumprimento de promessas eleitoreiras, começa a buscar junto a autoridades de outros poderes as providências cabíveis.
Melhor assim, de forma pacífica! Que os responsáveis pelo atendimento da Saúde Pública, (neste caso, PAM) acordem antes que os problemas se avolumem mais ainda e as coisas saiam definitivamente do razoável controle, como tem ocorrido diariamente em grandes cidades.
A falta de medicamentos, a não disponibilização de profissionais em número suficiente para o atendimento das pessoas podem até, em alguns casos serem justificadas pela falta de recursos financeiros, mas, daí a se tratar pessoas como se fossem animais, com a indiferença e o descaso que aqui ficam patentes, qualquer situação muda e muito de figura. Acorda, prefeito!
Na Prefeitura
Após receber a foto e a denúncia, a equipe do Jornal Nova Imprensa/Portal Últimas Notícias buscou informações junto à administração sobre o ocorrido. Por meio de nota foi respondido que: Segue resposta da direção do Pronto-Atendimento Municipal (PAM):
O Brasil vive atualmente uma crise nos serviços públicos de saúde. Observa-se, em todos os lugares, o superlotamento dos Pronto-Socorros (PSs). A demanda de pacientes que são triados nos PSs, em 80% dos casos, é composta de pacientes considerados não graves/não urgentes, ou seja, pacientes que poderiam ser atendidos nos Postos de Saúde e terem total resolutividade do seu caso clínico na atenção básica, o que em modo geral aliviaria a demanda do PSs.
Os pacientes do PAM que recebem medicações endovenosas de curto prazo muitas das vezes não são acomodados em leitos ou macas, devido à limitação de vagas e superlotação das enfermarias com casos mais graves. Como a aplicação da medicação naquele momento é indispensável para a vida do paciente, ele é acomodado em cadeiras (o que, em alguns casos, é inclusive indicado pelo Ministério de Saúde) e é feita a administração do medicamento até que seja disponibilizada uma cama ou maca. Apesar disso, essa situação em nada tem afetado o resultado final, gerando, na maioria dos casos, melhora imediata do paciente e liberação do usuário para domicílio.
A sala onde é administrada a medicação também é utilizada para armazenar os medicamentos que serão usados no dia. O local é organizado, limpo e tem condições suficientes para ser administrada qualquer medicação. Um fato a destacar é que, em todo esse tempo, nunca se observou nenhuma complicação para o paciente decorrente da higiene desse local, como flebite, hipotensão, infecção de sítio de aplicação de medicamento ou qualquer outra.
Apesar da limitação de leitos, quartos e acomodações no PAM, o paciente, ao receber alta, sempre sai com resultados satisfatórios com relação ao quadro de doença apresentado. O trabalho de pronto-atendimento terá uma melhoria significativa com a inauguração da UPA (Unidade de Pronto-Atendimento), cujas obras estão em fase final, faltando apenas detalhes e instalação de equipamentos e móveis. Com isso, as limitações de estrutura serão sanadas e, consequentemente, será possível dar um atendimento de saúde mais digno e humanizado para os pacientes