O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cobrou nesta sexta-feira (04), que a diplomacia brasileira tem que fazer “o que sempre fez: se pautar pela neutralidade e olhar pelo interesse nacional”.
Durante o Fórum de Lisboa, o político destacou que “não há amizade entre países, há interesses”.
“O Brasil tem que pensar em fazer seu dever de casa para que a gente possa voltar a investir em defesa”, acrescentou.
De acordo com ele, o risco fiscal talvez seja o “menos importante” para o país. Ele enquadra o crime organizado como uma das maiores preocupações e não só para o Brasil, mas para o mundo inteiro.
“Guarnecer as fronteiras significar ter condição de combater o crime organizado, a infiltração desse crime nos negócios lícitos, que afasta competitividade, destrói os negócios daqueles que jogam a regra do jogo e contar com forças armadas equipadas para fazer essa vigilância, contar com tecnologia de ponta é fundamental para que a gente possa vencer essa guerra, mitigar esse risco, que, para mim, é o maior risco que o país passa hoje”, justificou o governador.
Em sua fala, Tarcísio sugeriu que o alinhamento do Brasil aos países do sul global pode ser uma boa alternativa por conta do tamanho da população nesses locais, mas em contrapartida, disse que isso nos aproxima de regiões com democracia frágil e isso, em seu entender, “talvez nos afaste dos maiores investidores e dos melhores mercados”.
“É como se a gente tivesse um estoque de capital gigantesco para competir e a gente estivesse restringindo as nossas possibilidades a uma parcela muito ínfima desse capital. Então, quando a gente se alinha a países que têm essa ordem de fragilidade, de governança, que se afastam de algumas práticas daquelas que são preconizadas pela OCDE, a gente vai ficando distante de uma parcela relevante de investimentos e isso é extremamente perigoso”, completou.
Fonte: Manoela Carlucci/Lucas Schroeder/CNN