Após o escândalo dos fura-filas da vacinação contra a Covid-19 de mais de 800 servidores da Secretaria de Estado de Saúde, que levou ao afastamento do ex-dirigente da pasta Carlos Eduardo Amaral no início de março, mais uma polêmica lista com suspeitas de irregularidades é investigada. Sob anonimato, fontes confirmaram ao jornal O Tempo que aparecem nomes de mais de 1.000 funcionários da Fundação Hospitalar de Minas Gerais (Fhemig). 

Dentre os vacinados, estaria o próprio secretário de Saúde, Fábio Baccheretti do governo Romeu Zema (Novo). Em nota, o governo aponta que Baccheretti teria sido vacinado ainda quando atuava na Santa Casa. Nesta nova lista, há suspeitas de que profissionais fora dos grupos prioritários e até de outros setores administrativos tenham sido imunizados, enquanto a vacinação dos idosos com até 64 anos sequer foi finalizada em Minas. 

A Assembleia Legislativa, que abriu a CPI dos Fura-Filas há mais de um mês para investigar as irregularidades na vacinação dos servidores mineiros, já estaria em posse da listagem. O presidente da comissão, deputado estadual João Vitor Xavier (Cidadania), confirmou que foi solicitada a lista de todos os profissionais da Fhemig imunizados, mas que os nomes ainda não chegaram até ele.  

“Não sei te dizer quem estaria nesta lista, mas nós aprovamos requerimentos com os pedidos. Os documentos são entregues à assessoria técnica da Casa, que faz uma triagem e uma série de processos técnicos para preservar o sigilo e depois colocar à nossa disposição. Estou aguardando acabar de fazer isso para ter acesso a esse documentos que chegaram nesta semana”, explicou. 

‘Secretário atua na linha de frente’ 

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde alegou que o secretário foi vacinado nos dias 28 de janeiro e 17 de fevereiro por ser médico da linha de frente contra a Covid-19 na Santa Casa de Belo Horizonte. “Assim, ele foi vacinado como médico da Santa Casa, não como presidente da Fhemig”, informou. A pasta ainda alegou que, apesar de ser médica do Hospital João Paulo II, a esposa não foi imunizada. 

Ainda segundo a secretaria, “foram vacinados os trabalhadores  da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) que trabalham nas unidades assistenciais da rede, seguindo os critérios estabelecidos pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde”. Já os trabalhadores administrativos não teriam sido imunizados. 

Fonte: O Tempo

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