A nutricionista Helena Akiko kai esteve acompanhada do juiz de direito Richard Fernando da Silva na reunião do Legislativo, na segunda-feira (5), pedindo apoio aos vereadores para a implantação do projeto piloto de diagnóstico nutricional das escolas do município.
Helena Kai explicou que o projeto partiu de uma necessidade de um diagnóstico feito em 2007, em seu mestrado. Foi detectado sobrepeso de obesidade em 16% das 1.149 crianças. ?O diagnóstico foi feito na faixa etária de 5 a 10 anos e o doutor Richard me solicitou para estender às idades de 3 a 12 anos. Há dez anos tínhamos em Formiga duas crianças desnutridas para uma obesa e hoje reverteu essa situação, temos duas obesas para uma desnutrida. A obesidade infantil é preocupante porque paralelo a isso aumentou a diabetes, hipertensão, e doenças cardiovasculares. São doenças quem vem do aumento da obesidade?.
De acordo com a nutricionista, o Sistema Único de Saúde (SUS) está tendo dificuldade em atender a população no quesito tratamento. ?Se as crianças se manterem obesas assim como adolescentes e adultos, o SUS não vai dar conta. Haverá um impacto violento nos cofres públicos e com isso não vamos dar conta de manter essa estrutura curativista, temos que pensar dessa forma?.
No trabalho de Helena Akiko Kai foram avaliadas crianças de escolas estaduais, cujo resultado de obesidade foi de 12%, em escola municipal foi de 18% e em uma instituição privada de 20%. ?Isso aí condiz com a questão econômica e financeira, pois quanto maior o poder aquisitivo, maior o acesso a alimentos supérfulos, que são altamente calóricos?.
Alem das doenças, a criança sofre ainda de inclusão social, conforme ressaltou a nutricionista. Outra doença relacionada à obesidade é o câncer, além de danos físicos, psíquicos e sociais. ?Sabemos que a obesidade infantil está relacionada com excesso de alimentos calóricos e a falta de atividades físicas. A educação física hoje nas escolas está mais branda comparada a antigamente. A maioria das crianças não consomem cálcio e ferro em quantidade suficiente. É preciso verificar como essas crianças estão se alimentando?, explicou.
Helena Kai ressaltou que, com esse projeto, espera fazer uma avaliação de pelo menos 90% em crianças de 3 a 12 anos. ?Estou estimando em torno de 6 mil crianças a serem avaliadas no município. Haverá uma segunda etapa para fazer um trabalho com as crianças, assim como as mães e escolas. O problema não é a quantidade de merenda ingerida e sim nos lanches industrializados. Nesta etapa será feito um acompanhamento?.
Os gastos do projeto ficariam em torno de R$ 13 mil em um semestre. ?Conto com o apoio de vocês para poder executar esse projeto. Vamos pensar no impacto dessas crianças obesas daqui há 20 anos. Isso sem falar nos 49% das mulheres que foram diagnosticadas acima do peso também, de acordo com o levantamento feito?, finalizou a nutricionista.

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