Brasil do absurdo ! Andando pra trás

O que acontece merece denúncia nacional pela internet, pois as grandes mídias se venderam aos patrocínios. A lógica disseminada, e institucionalizada de cima pra baixo aqui em Minas e no Brasil de 2021 é: o lucro vem do prejuízo! Isto mesmo.

Quanto mais tragédias ambientais ocorram com barragens rompendo, rios destruídos, viadutos caindo, mortandade por agrotóxicos, petróleo no mar, melhor! E precisam ser espetaculares, midiáticas, trazer comoções como aconteceu em Mariana e Brumadinho envolvendo a VALE. Pois somente as grandes empresas podem pagar à indústria das multas. Prevenção nada! Seria estupidez, não dá dinheiro, esse o raciocínio. O que interessa são os acordos mais rendosos negociados pelos ministérios públicos, governadores, tribunais de Justiça, governadores, legislativos, municípios quebrados, administrados por lobbies e outros parasitas, afim de botar a mão nestes 37 bilhões de reais com a VALE, indiferentes e hostis às questões ambientais. O Brasil se alimenta da desgraça. A aplicação do dinheiro não é para mudar o que causa catástrofes, nem reparar perdas regionais, virou festa política e de egos.

Vejam o paradoxo: o Estado de Minas Gerais, o maior responsável pelas políticas e licenciamentos da grande mineração, via SEMAD, COPAM e outras instâncias, como ALMG, que há décadas são denunciados pelos movimentos sócio ambientais, tornou-se o grande beneficiário das tragédias, dividindo o resultado do crime entre os diversos comparsas institucionais. E nem se fala das vítimas pessoais e do patrimônio natural, entregaram os rios à FUNDAÇÃO RENOVA, entidade da VALE SAMARCO, com subvenção pública (dinheiro da 1ª multa bilionária “perdoada” pelo governo federal da época!). Assim, a gestão para prevenir tragédias tornou-se idiotice de uns poucos lunáticos, é assim que ficam taxadas as pessoas honestas que priorizam o bem comum.

Os pragmáticos estão se dando bem e cooptando oportunistas da sociedade civil que colocam a própria sobrevivência como prioridade, ávidos de sublocações, terceirizações para prestação de serviços sem nenhuma lógica de mudar o sistema, indo pelo cabresto, trocando o “direito de primogenitura por um prato de lentilhas”.

Apolo Heringer Lisboa

E por falar em Furnas…

Relendo a opinião acima transcrita de autoria do Prof. Apolo Heringer Lisboa, para nós muito sensata, pois, retrata fielmente o que por aqui tem ocorrido, ficamos a imaginar o que, provavelmente , nos atingirá se vingar a tese ultimamente propagada de que o governo mineiro, ao invés de exigir o cumprimento da Emenda Constitucional 106, se dobra aos interesses contrários aos deste Estado, quando acena com a possibilidade de exigir reparação financeira pelos danos trazidos com o deliberado esvaziamento dos lagos de Furnas e Peixoto.  

Mal comparando há que se perguntar: hipoteticamente se um governante encontrar um cidadão em estado de inanição pela não ingestão de líquidos há dias, meses ou anos, e ao ser abordado tiver ainda em sua mochila uma reserva de alguns litros de água potável além, é claro, de carregar consigo uma quantidade razoável de moedas (dólares), como deverá socorrer ao tal cidadão? Matando sua sede ou lhe entregando algumas moedas? Em termos de perspectiva de vida futura, qual seria a escolha mais acertada?

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