O diretor-executivo de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Mike Ryan, disse nesta segunda-feira (1º) que é “muito prematuro e não realista” pensar que a pandemia do coronavírus vai acabar neste ano. Ele explicou que a luta contra a doença está melhor agora do que há 10 semanas, antes do início da vacinação. Entretanto, é cedo para dizer que o vírus está sob controle.

“O vírus está voltando a nos controlar, os números voltaram a aumentar essa semana. O que podemos conseguir em 2021 é evitar hospitalizações e reduzir a mortalidade no mundo. Ao atingir esse objetivo, teremos o controle da pandemia”, explicou Ryan.

Maria van Kerkhove, líder técnica da entidade, reforçou que não é possível prever o futuro, mas é possível adotar medidas para frear a pandemia – usar máscaras, evitar aglomerações, manter o distanciamento social, apostar na ventilação adequada e higienizar as mãos.

“Este vírus vai se recuperar se permitirmos. E não podemos deixar. Temos que evitar isso agora, no momento que temos a vacina” – Maria Van Kerkhove.

O número de novas infecções aumentou em todo o mundo na semana passada pela primeira vez em sete semanas. O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, pediu aos países que não relaxem as medidas para combater a propagação da doença.

“Se os países dependem exclusivamente de vacinas, eles estão cometendo um erro. Medidas básicas de saúde pública continuam sendo a base da resposta”, alertou o diretor-geral.

No Brasil

O Brasil registrou, em fevereiro, o segundo mês com mais mortes por Covid desde o início da pandemia. Fevereiro também foi o terceiro mês consecutivo em que as mortes de um mês superam as do mês anterior.

Vários estados viram o colapso de seus sistemas de saúde, tanto público quanto privado. Esse cenário já havia sido previsto por especialistas em janeiro, quando acabou o oxigênio de hospitais de Manaus e pacientes morreram asfixiados.

A avaliação de médicos, epidemiologistas e outros cientistas era de que o colapso visto no Amazonas se repetiria no resto do país por diversos motivos: as festividades de fim de ano, a variante mais contagiosa e a baixa adesão às medidas restritivas.

Na semana passada, Mike Ryan chamou a pandemia no Brasil de tragédia e lamentou que o país enfrente uma nova onda de casos e mortes pela Covid-19. “Infelizmente, é uma tragédia que o Brasil esteja enfrentando isso de novo e é difícil. Esta deve ser a quarta onda que o país volta a enfrentar”.

Mecanismo Covax

Nesta segunda, Gana e Costa do Marfim começaram a aplicar as doses de vacina contra a Covid-19 fornecidas pela Covax Facility, aliança mundial coordenada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para distribuir imunizantes a países pobres e em desenvolvimento.

Segundo Tedros, mais 11 milhões de doses serão entregues esta semana – 15 países devem receber os imunizantes. A expectativa é enviar 237 milhões de doses de vacinas até o final de maio.

Fonte: G1

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