Quatorze suspeitos de abusos contra crianças e adolescentes foram presos pela Polícia Civil, nesta terça-feira (18), em Minas Gerais.

Os homens foram alvo da Operação Araceli, realizada para marcar o dia nacional de combate ao abuso e à exploração sexual infantil no Estado.

De acordo com o delegado Felipe Dias Falles, os mandados foram cumpridos em Belo Horizonte, além de Itaúna e São Gonçalo do Pará, no Centro-Oeste de Minas. Segundo ele, todos os suspeitos têm envolvimento com casos de estupro de vulnerável.

Os números de crimes sexuais contra crianças e adolescentes chamam a atenção. No ano passado, o estado registrou mais de 8,6 mil casos. Neste ano, as ocorrências já chegam quase a 2,5 mil. A média é de 20 casos por dia.

“Por volta de 84% dessas crianças são meninas, a maioria de 11 a 17 anos, que são vítimas desses abusos. Os outros cerca de 15% são meninos, na sua maior faixa etária de 0 a 11 anos de idade”, disse o delegado, que também destacou que grande parte dos casos é registrada no ambiente familiar.

A operação ganhou o nome de Araceli em referência ao caso emblemático de uma criança, que foi abusada e morta, durante a década de 1970, no Espírito Santo.

Crimes

Ao todo, 17 mandados de prisão e dois de busca e apreensão foram expedidos. Três suspeitos seguem foragidos.

Em Belo Horizonte, a operação teve alvos em diversas regiões da cidade. Um dos casos que chamaram a atenção dos delegados aconteceu no Barreiro.

Um lanterneiro, de 51 anos, é suspeito abusar da filha da namorada há cerca de um mês. A menina, de apenas 1 ano, teria sido violentada quando a mãe, por alguns momentos, deixou a filha sozinha no carro com o homem para comprar um lanche.

Em outro caso, um homem, de 43 anos, foi detido no bairro Aparecida por suspeita de violentar a filha, de 12. O crime começou a ser investigado depois que a menina conseguiu gravar o abuso, e o vídeo foi localizado pela mãe.

Esse não foi o único caso envolvendo pai. Um dos mandados de prisão foi cumprido contra um homem, que já estava detido. Segundo a polícia, ele tem diversas passagens pelo sistema prisional e, durante os períodos de liberdade, teria cometido estupros contra a filha, hoje com 15 anos. Segundo a jovem, que tentou tirar a própria vida, os crimes aconteciam há cerca de 5 anos e, além do pai, outros homens participariam dos abusos.

Cartilha

Nesta terça-feira (18), a Polícia Civil mineira também lançou uma cartilha para evitar esse tipo de crime. “Criança orientada é criança protegida”, disse a delegada Carolina Bechelany.

Segundo ela, a cartilha ajuda a identificar sinais que crianças e adolescentes foram vítimas de abusos e também dá dicas para a melhor abordagem.

Fonte: G1

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