Pacientes que têm doenças graves enfrentam uma briga judicial para conseguir remédios pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O comerciante Alberto Wust tem uma doença rara, causada pela falta de uma enzima que impede a transpiração. O medicamento indicado custa R$ 15 mil a dose. Como não pode pagar, Alberto conseguiu na Justiça que o governo do estado do Paraná financie o tratamento. Mesmo assim, não recebe o remédio regularmente.
?Com a falta do medicamento, é agravado o funcionamento renal e voltam as dores causadas pela doença?, conta o comerciante.
A queixa se multiplica por todo país. Na capital federal, a dona de casa Neide Ferreira Alves, portadora de esclerose múltipla, faz tratamento com um remédio distribuído pelo SUS, que vez por outra costuma faltar.
Mensalmente, seriam R$ 14,4 mil, mais ou menos. Eu não teria nunca condições [de comprar], nem eu nem a maioria das pessoas?, reclama.
O Ministério da Saúde fornece medicamentos de alto custo em parceria com os estados. Mas eles não chegam a todos que precisam. Muitos pacientes, principalmente aqueles que dependem de remédios que não estão na lista do SUS, acabam recorrendo à Justiça. Mesmo com decisões favoráveis, o problema nem sempre é resolvido.
A filha da dona de casa Maria das Graças de Freitas Araújo, que nasceu com uma doença genética grave, está sem receber o remédio que precisa e ainda não sabe quando vai voltar a receber: ?É esse remédio que faz com que ela seja uma criança ativa?.
O supervisor de medicamentos de alto custo da secretaria de saúde do Ceará, Einstein Nascimento, diz que o problema é a burocracia. ?Qualquer documento que surgir, a Legislação, o processo volta e reiniciamos tudo?, explica o supervisor da Secretaria de Saúde do Ceará Einstein Nascimento.

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