O Brasil tem um exitoso Programa Nacional de Imunização (PNI), implantado pela Lei nº 6259, de 1975, na ditadura militar. Em 2020, foi interrompido o sucesso desse programa, por um governo onde militares ocupam cargos em diversos órgãos do governo, inclusive no Ministério da Saúde (MS) e na Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O Brasil está atrás na corrida para imunizar o seu povo contra o coronavírus e assiste, inerte, outros países iniciarem a vacinação, como Inglaterra, Estados Unidos, Argentina, etc.

Na mesma época da implantação do PNI, foi lançada, em 1976, a música “Esse é um país que vai pra frente“, a qual hoje, seria melhor cantada com o refrão “Esse é um país que vai para trás”, pois de passo em passo, o governo federal recebe o único adjetivo possível, “incompetente”, em forma de grito e indignação.

Aliás, o que dizer de um governo liderado por um presidente com “histórico de atleta” e, por isso, se julga estar protegido contra o vírus e nem mostra empatia pelos mais de 190 mil mortos e incontáveis pessoas recuperadas com sequelas físicas.

Além disso, em 2020 Jair Bolsonaro ignorou as medidas preventivas (isolamento, evitar aglomeração, uso de máscaras e de gel) e proferiu afirmações impensadas e desrespeitosas às pessoas vítimas do vírus, como ser uma “gripezinha”, “não ser coveiro”, “Eu sou Messias, mas não faço milagre”, “todos iremos morrer um dia”, “Tem de deixar de ser um país de maricas”.

Todos os brasileiros querem aplaudir as ações acertadas do governo federal, mas, infelizmente, ele ficou envolto em retórica e polarização política, deixou de fazer tarefas básicas de planejamento e de logística.

O Ministro da Saúde, especialista em logística, recebeu lições práticas do Governo de São Paulo (SP) de como se deve fazer ações para o combate ao vírus. SP implantou isolamento social, fez campanhas educativas, o governador coordenou pessoalmente as ações, respeitou os estudos científicos, adquiriu insumos e a vacina, marcou para 25.01.2021 o início da imunização do povo de SP.

Pressionado o governo federal, seja pelo exemplo do início da vacinação em outros países ou pela execução da imunização pelo governo de SP, age agora de “afogadilho” e tenta discursar para encontrar culpados por sua inação, por exemplo, quando Bolsonaro afirma os laboratórios não estarem tão interessados em vender vacinas.

Apesar de tudo, 2021 deve ser um ano de intensas vacinações no Brasil, com início talvez para janeiro, mas com a manutenção de todas medidas preventivas.

Enquanto isso, na minha pacata Formiga, em Minas Gerais, o prefeito, Eugênio Vilela, foi reeleito, em parte, por sua competência no combate ao vírus e pelo ótimo trabalho executado pela Secretaria de Saúde, e, mesmo com mais de 30 mortos e cerca de 2000 infectados, o eleitor soube valorizar seus cuidados na saúde do seu povo.

Euler Antônio Vespúcio – advogado tributarista

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