O Presidente da República, Jair Bolsonaro, em Uberlândia, Minas Gerais, no dia 04.03, disse “Tem idiota que a gente vê nas redes sociais, na imprensa, que diz ‘vai comprar vacina’. Só se for na casa da tua mãe. Não tem para vender no mundo“.
No mesmo dia, em São Simão, Goiás, afirmou: “Chega de frescura e de mimimi, vão ficar chorando até quando? Temos que enfrentar os problemas, respeitar obviamente os mais idosos, aqueles que têm doenças, comorbidades. Mas onde vai, onde vai parar o Brasil se nós pararmos? A própria Bíblia diz, que em 365 citações, ela diz: ‘Não temas’“.
Não são aceitáveis essas falas, desrespeitosas e agressivas, principalmente pronunciadas por um presidente da República, mostram ser provindas de pessoa desprovida de senso social.
Quanto às afirmações, quem dera todas as mães dos brasileiros tivessem sido vacinadas. Quem dera o presidente, tivesse deixado de “frescura e mimimi” para ter se esmerado em trabalhar no devido tempo para coordenar as medidas preventivas contra o coronavírus e as tratativas para a aquisição de vacinas, pois, sem esse trabalho, hoje temos mais de 260 mil mortos e ainda o número de vacinas não foi suficiente para imunizar a parcela da população mais vulnerável.
Por outro lado, as ações de governadores e prefeitos para evitar o colapso da rede de hospitais, não contam com coordenação federal e ainda são boicotadas pelo presidente e, dessa forma, incentivam a maior exposição ao vírus.
Além disso, é inaceitável desfazer o direito das pessoas de chorar pelos seus parentes e amigos. Todos têm o direito de luto, pois não é fácil perder uma pessoa querida.
Agora, quem não respeita o direito do choro pelos mortos, perde o direito de ser respeitado e lembrado. Entretanto, Bolsonaro ainda continuará a ser nosso presidente e teremos de aturar a sua retórica vazia.
Justamente no momento em que o Brasil atinge o pico no número de mortes, o presidente fala impropriedades. Deve ser por se sentir culpado por tantos desencontros na condução da saúde brasileira, por não ter seguido as recomendações científicas, por não ter um Ministro da Saúde gestor da área médica, por não ter feito esforços em 2020 para comprar o máximo de vacinas.
Na pandemia seu trabalho foi de boicotar as medidas preventivas (isolamento, máscaras, etc.), distribuir tratamentos ineficazes e não ordenar a aquisição urgente de vacinas. Sua negligência deu resultado e, o povo brasileiro, paga com suas próprias vidas.
O vírus está matando e as ações do nosso presidente não nos deixam orgulhosos.
O resultado catastrófico de seu governo na crise sanitária gera o atestado de sua incapacidade de governar e, se não só isso bastasse, diariamente o presidente faz reuniões, onde profere sátiras, distorce a realidade, age como “bobo” de sua própria corte, tudo ao som de aplausos e risadas de seus apoiadores. Melhor seria deixar de “frescura e mimimi” e trabalhar pelo povo brasileiro, obrigação para a qual foi eleito.
Euler Antônio Vespúcio – advogado tributarista