O governador de São Paulo, João Doria, optou politicamente por enfrentar todas as dificuldades para adquirir e produzir vacinas para salvar vidas dos brasileiros, mesmo em meio a tanta polêmica, iniciada em 2020, sobre a origem e a eficácia das vacinas, propiciadas por discursos políticos, principalmente do presidente da República, Jair Bolsonaro, com afirmações de “eu não vou vacinar e ponto final, problema meu”, “já contraí o vírus, estou imune”, “não será comprada”, “mandei cancelar, o presidente sou eu, não abro mão da minha autoridade”, e também por veiculação de fake news nas redes sociais.

Em dezembro de 2020 o governo federal anunciou a previsão de iniciar a vacinação em março de 2021. Entretanto, Doria informou a data de 25.01 para o início da vacinação em São Paulo e, com isso, o governo federal reagiu e tivemos uma corrida política para saber quem seria o primeiro a vacinar no Brasil.

Na corrida, Doria venceu e conseguiu protagonizar a primeira aplicação de vacina contra o coronavírus, no dia 17.01, após a Agência de Nacional Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovar o uso emergencial das vacinas, Coronavac e Oxford/AstraZeneca.

No dia 28.04, o Governo de São Paulo, em artigo publicado em seu site, intitulado “SP começa a produzir lote de 18 milhões de doses da Butanvac, com produção nacional”, anunciou o início da produção do primeiro lote de 18 milhões de doses da Butanvac, imunizante produzido pelo Instituto Butantan, mesmo sem o aval da Anvisa.

Atualmente, o programa de vacinação no Brasil tem utilizado a vacina Coronavac (fabricada no Instituto Butantan) e a AstraZeneca/Oxford (fabricada na Fiocruz), mas ambas necessitam de imunizante importado para a sua fabricação.

A Butanvac será o primeiro imunizante fabricado no país, sem a necessidade de importação da matéria-prima.

O primeiro lote estará disponível para uso na primeira quinzena de junho, após a aprovação na Anvisa, e o Instituto poderá fazer esse ano até 150 milhões de doses.

A iniciativa do novo imunizante faz parte de um consórcio internacional, do qual o Instituto Butantan é o principal produtor, responsável por 85% da capacidade total, e tem o compromisso de fornecer essa vacina ao Brasil e aos países de baixa e média renda.

Os testes pré-clínicos da Butanvac ocorreram em animais e no laboratório e aguarda-se a autorização da Anvisa para o teste em humanos.

Doria merece todos os ganhos políticos advindos de sua obstinação para a produção e disponibilização de vacinas, por antecipar o início da vacinação no país, por ter apostado na produção da Coronavac (responsável por 80% das vacinas aplicadas no Brasil), por ter contribuído pela queda dos índices de infecção e mortes entre os imunizados, e, espera-se ser novamente exitoso e conseguir fabricar uma vacina completamente nacional. Sem sua obsessão na sua opção política, hoje teríamos uma situação mais caótica no número de infectados e mortos.

Euler Antônio Vespúcio – advogado tributarista

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