A Cemig vai colocar em prática um plano de redução de despesas operacionais, com ajuste de funcionários, mas adianta que não pretende fazer demissão em massa. As medidas são para enfrentar a redução de receita prevista para 2013. A partir do ano que vem, as contas do consumidor irão cair cerca até 28%, em razão do corte de vários encargos que são cobrados hoje, e da renovação das concessões prevista na medida provisória (MP) 579. Além disso, em abril a empresa passará pelo processo de revisão tarifária da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que irá reduzir ainda mais as contas e a receita.
Grande parte das despesas é com pessoal, e nós vamos fazer readequações para oxigenar a equipe. Nosso quadro está envelhecendo e vamos contratar gente nova, anunciou o diretor de Finanças e Relações com Investidores, Luiz Fernando Rolla.
O presidente da Cemig, Djalma Bastos de Moraes, reforçou a expansão do plano de redução dos custos. Após a MP, temos que ir além, comentou, citando que a Eletrobras e sua subsidiária Furnas já anunciaram grandes planos de cortes de custo.
O coordenador geral do Sindieletro, o sindicato que representa os trabalhadores da estatal, Jairo Nogueira, diz que a Cemig deveria contratar pessoal. De acordo com a entidade, o déficit de pessoal na empresa chega a 4.000 trabalhadores. Na década de 1990, a empresa tinha 3 milhões de consumidores e 18 mil funcionários. Hoje, são 7 milhões de consumidores e 8.600 funcionários diretos, além de 12 mil terceirizados. Não é possível atender com a mesma qualidade de antes.
Menos investimento
Outro impacto que a MP 579 vai trazer para a empresa é a redução do volume de investimentos previstos para 2013. Nós entendemos que tínhamos que continuar investindo mais do que no segundo ciclo, pois o consumo está crescendo e a tecnologia está aumentando, mas, embora a Cemig tenha total disposição de investir, vamos esperar a disposição da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em negociar conosco, afirmou.
Segundo a Aneel, a partir da renovação dos contratos das usinas da Cemig, a empresa terá que cobrar tarifas na faixa de R$ 11 a R$ 99 por MW/h, considerando apenas o custo operacional. Para se ter uma ideia, hoje o MW/h nos contratos regulares custam entre R$ 100 e R$ 110, já incluindo os riscos.

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