A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, anunciou nesta terça-feira (3), que a linha de pobreza extrema adotada pelo governo será de R$ 70 por pessoa/mês. Com base em dados no Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), isso significa que existiam no Brasil, no ano passado, 16,27 milhões de pessoas extremamente pobres, número que representa 8,5% da população brasileira. Esse público será o alvo do Plano Brasil sem Miséria, a ser anunciado pelo governo federal nas próximas semanas.
O valor de R$ 70 já serve de referência para o Bolsa Família. Atualmente, famílias com renda mensal de até R$ 70 por pessoa são atendidas pelo programa de transferência de renda independentemente de terem ou não filhos.
Tanto a ministra como a secretária extraordinária de Erradicação da Pobreza, Ana Fonseca, disseram que será possível cumprir a promessa da presidente Dilma Rousseff de erradicar a miséria no Brasil até 2014. Mas Fonseca ponderou que erradicar a miséria não significa zerar o número de pobres. Ela lembrou que outros indicadores, como o do pleno emprego, são considerados atingidos mesmo quando ainda há uma pequena parcela da população desempregada. Vamos tirar [a população da miséria] não só com ampliação da renda e acesso a serviços públicos. Esse número de miseráveis é zero? Não, essa meta zero não existe em nenhuma política pública, afirmou a secretária.
O Ministério do Desenvolvimento Social ainda não definiu qual será o percentual de miseráveis considerado aceitável.
Nordeste é região com mais pobres
Dos 16,27 milhões de brasileiros extremamente pobres, a maioria está no Nordeste: 9,6 milhões. O Sudeste é a segunda região com mais miseráveis, 2,72 milhões.
Em terceiro lugar está o Norte, com 2,65 milhões de pessoas extremamente pobres; seguido pelo Sul, com 715,9 mil; e Centro-Oeste,
com 557,4 mil.

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