Cinco anos se passaram desde que, pela primeira vez, uma rodovia brasileira foi entregue à iniciativa privada por meio de uma parceria público-privada (PPP). De lá para cá, o sistema MG-050, BR-265 e BR-491 quase não passou por intervenções que justifiquem os cinco aumentos no preço do pedágio. A cobrança hoje chega a R$ 4,10 para veículos leves. O último reajuste foi no início de junho.
Ao contrário, o que se vê são problemas de infraestrutura e apenas 14 km duplicados numa via de mais de 350 km, que recebe trânsito pesado diariamente. O agravante é que o alargamento das pistas não tem sequer prazo para começar. Isso porque falta um acordo entre a Concessionária Nascentes das Gerais, responsável pela rodovia, e o governo do Estado sobre as desapropriações.
A precariedade fica ainda mais evidente quando a MG-050 é comparada a outra estrada privatizada, a Fernão Dias, entre Belo Horizonte e São Paulo. Com quase 600 km duplicados e boas condições de tráfego, a viagem entre as duas capitais custa R$ 11,20. Na MG-050, com menos de 400 km e apenas 4% duplicados, o custo total é mais que o dobro, R$ 24,60.
A rodovia mineira tem 371,4 km de extensão e corta 50 municípios no Estado, com uma população diretamente atendida de 1,3 milhão de pessoas. Na altura de Itaúna, na região Central, por exemplo, motoristas reclamam que o mato toma conta do acostamento. Vou duas vezes por mês visitar minha filha em Itaúna. Perdi a conta do quanto o pedágio já subiu de preço. O pior é que não temos retorno. A estrada é muito ruim, reclama o economista Pedro Augusto da Silveira, 35.
No trecho que corta Mateus Leme, na região metropolitana, o principal problema é percebido quando chove. No perímetro urbano, os pedestres têm que atravessar a pista totalmente alagada. A concessionária afirma que há uma passarela próximo.
Em Divinópolis, a população convive com o tráfego de veículos pesados. Segundo o gerente de uma empresa de transportes, Marcos Antônio Costa, a passagem dos caminhões de até nove eixos, que pagam R$ 36,90, é inevitável, mas não há melhorias na rodovia. É um gasto desnecessário com pedágio, até porque não vi modificações importantes na estrada. Só aumentam o pedágio e fazem manutenções normais. Não melhorou nada. Já que estão cobrando, é preciso haver um diferencial.

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