A Polícia Federal apreendeu na terça-feira (18) um jato executivo Falcon 7X, avaliado em cerca de R$ 120 milhões, pertencente ao presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro. O empresário foi detido no Aeroporto de Guarulhos enquanto se preparava para embarcar para Dubai. Ele é investigado pela suposta emissão de títulos de crédito falsos que ofereciam rendimentos de até 40% acima da taxa básica do mercado, esquema que, segundo a PF, pode ter movimentado R$ 12 bilhões. Após a prisão, Vorcaro foi levado para a Superintendência da PF em São Paulo e passou por audiência de custódia, na qual sua detenção foi mantida. A defesa nega tentativa de fuga, afirmando que a viagem seria para uma reunião com potenciais compradores do Banco Master nos Emirados Árabes Unidos. Os advogados destacam ainda que o empresário está afastado da gestão da instituição por ordem judicial e teve o passaporte retido. A defesa informou que ingressaria com um pedido de habeas corpus nessa quarta-feira (19).

Nesta quinta-feira (20), a Justiça Federal decidiu manter a prisão de Vorcaro, detido no âmbito da Operação Compliance Zero, que apura suspeitas de fraude no sistema bancário, segundo informou o portal g1. A desembargadora Solange Salgado da Silva, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), negou o habeas corpus solicitado pela defesa. O pedido ainda será analisado pelo plenário do tribunal.

No requerimento, os advogados argumentaram que a prisão seria desnecessária, já que o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master. A defesa anexou um comprovante da reunião com investidores em Dubai, apresentada como justificativa para a viagem no momento da prisão. Para os investigadores, porém, o deslocamento indicaria tentativa de fuga. Os advogados também ressaltaram que Vorcaro tem esposa e filho residentes no Brasil e que está proibido pela Justiça de administrar qualquer fundo ou instituição financeira.

Daniel Vorcaro e outros seis investigados na Operação Compliance Zero permanecem detidos na carceragem da Superintendência da PF em São Paulo. Eles podem responder por gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa.

As investigações começaram em 2024, após requisição do Ministério Público Federal, para apurar a possível fabricação de carteiras de crédito insubsistentes por uma instituição financeira. Esses títulos teriam sido vendidos a outro banco e, após fiscalização do Banco Central, substituídos por ativos sem avaliação técnica adequada. A PF informou que apura crimes de gestão fraudulenta, gestão temerária e organização criminosa.

Diante das irregularidades e dos problemas de liquidez do Master, o Banco Central colocou a instituição sob administração especial temporária por 120 dias e decretou sua liquidação. Em setembro, o BC já havia barrado a tentativa de compra do Master pelo BRB, banco estatal do Distrito Federal, em um negócio que envolvia R$ 23 bilhões em ativos. A autoridade monetária apontou risco de sucessão como motivo para rejeitar a operação, destacando que o BRB teria de assumir todas as operações do Master e poderia não ter patrimônio suficiente para absorver os riscos.

Com informações do O Tempo/Minuto

 

 

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