Quatro pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) em razão do homicídio de um ex-agente penitenciário e diretor de presídio, de 46 anos, ocorrido no dia 23 de setembro deste ano, no bairro Aparecida, na capital mineira.

Entre os suspeitos está o líder de uma organização criminosa, de 44 anos, atuante no aglomerado Sumaré. Ele é apontado como o mandante do crime e foi preso durante a operação Animus Necandi. Já os outros três investigados seriam os executores, sendo que um deles, de 33, já estava preso e os outros dois, de 24 e 31 anos, estão foragidos.

A vítima trabalhava como motorista de aplicativo e foi morta quando chegava em casa. De acordo com o chefe da Divisão Especializada em Investigação de Crimes Contra a Vida (DICCV), Frederico Abelha, “o mandante do crime é uma pessoa de alta periculosidade, que responde em outros inquéritos aqui na unidade, inclusive, um instaurado pouco antes desse crime praticado contra o ex-agente penitenciário, ocasião em que ceifou a vida do primo dessa vítima”.

O primo do ex-agente público, de 29 anos, foi morto no dia 12 de março deste ano. Os dois crimes foram cometidos no mesmo local. Segundo o delegado que coordena as investigações, Guilherme Catão, o modo de agir do grupo foi muito similar, ainda que em datas diversas. Os executores, armados, aguardaram as vítimas chegarem em casa e, quando tentaram fugir, foram perseguidas e mortas a tiros.

Conforme apurado, a motivação para o homicídio da vítima de 44 anos seria a suspeita do grupo criminoso de que, devido à proximidade com agentes das forças de segurança pública, ela pudesse ter delatado os criminosos sobre a morte do primo. Já o familiar de 29 anos teria sido assassinado por desconfiança dos suspeitos de que ele estivesse delatando à polícia sobre as atividades do tráfico na região.

Frederico Abelha explica que, em troca dos homicídios, os executores recebiam benefícios, como exercerem atividades em turnos maiores nos pontos de comércio de drogas do aglomerado ou a ascensão ao cargo de gerência no grupo criminoso.

Perfil violento

O subinspetor da Delegacia Especializada de Homicídios Noroeste, Caetano Neto, conta que “há muitos anos ele [preso de 44 anos] comanda o tráfico de drogas na região do Sumaré e todos lá [na comunidade] têm muito medo da forma como ele atua, sempre mandando executar aqueles que interferem na sua atividade”.

Ainda de acordo com Catão, o homem apontado como líder do grupo “tem passagens por tráfico de drogas, porte ilegal de arma, e é acusado de sequestrar o filho de um prefeito no estado da Bahia. Ele tem uma influência muito grande no tráfico de drogas no Sumaré. Nada se faz lá sem a ratificação dele”.

Fonte: Polícia Civil

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