A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar um possível golpe na venda de vacinas infantis em Belo Horizonte. Segundo as investigações, uma mulher se passa por representante de clínicas particulares da capital e oferece a pais ou responsáveis imunizantes com preços mais baixos.

No entanto, ela fica com o dinheiro e as doses não são aplicadas. O alerta foi feito pela Associação Brasileira das Clínicas de Vacina (ABCVAC). Ao menos quatro clínicas da capital já identificaram o crime.

“Neste ano tomamos conhecimento da ação dessa mulher. Ela procurou uma influencer de Belo Horizonte, que tem o Instagram voltado para a maternidade, e solicitou o anúncio da venda de vacinas, como meningite, pneumonia e influenza. O esquema vacinal de meningite, por exemplo, sai no valor de R$ 2,5 mil nas clínicas e ela oferecia por R$ 900”, explicou Geraldo Barbosa, presidente da associação. 

Segundo ele, após o contato com os pais, a mulher recebia o dinheiro e pegava os dados dos responsáveis pela criança. De posse desses dados, ela entrava em contato com as clínicas se passando por mãe da criança e agendava a aplicação em domicílio.

“Ainda não se sabe como ela fraudava um comprovante de PIX e mandava para a clínica como se já tivesse pago a vacinação. Enquanto isso, o enfermeiro se deslocava até a casa dos pais e aplicava a primeira dose. Mas depois o golpe era descoberto e as outras aplicações suspensas. Os pais pagam e não completam o esquema vacinal e as empresas ficam no prejuízo com a primeira vacina que é aplicada”, detalhou Barbosa.

Registro de boletim de ocorrência 

No dia 18 de janeiro deste ano, representantes de uma clínica da Região Leste de Belo Horizonte procuraram uma delegacia e registraram boletim de ocorrência. Lá, a mulher aplicou os primeiros golpes há cerca de um ano.

“Ela já tinha fechado com a gente a vacinação dos próprios filhos e acho que viu uma oportunidade de agir. Se passando por uma cliente comum, ela entrava em contato com a clínica por telefone perguntando valores, informações da vacina e, depois, fazia contato com as outras mães repassando as informações”, contou um dos empresários, que pediu para não ser identificado.

Na clínica, entre as vacinas oferecidas estão as que os bebês devem tomar com dois, quatro e seis meses (Hexavalente, Pneumo13 e Rotavírus). O valor total para esses períodos é de R$ 2.295. A mulher oferecia pela metade do preço.

“Quando as mães descobriram, elas ligavam para essa mulher, que chegou a devolver alguns valores para os responsáveis pelas crianças. Mas as clínicas que aplicaram a primeira dose não receberam nenhum valor. As informações que nós temos é que ela continua agindo”, disse o empresário.

Por meio de nota, a Polícia Civil informou que, com base no relato do representante da clínica, apura possível prática de estelionato e outras fraudes.

“A Polícia Civil está com a investigação em curso apurando possível prática de estelionato e outras fraudes, com base nos fatos narrados pela vítima em ocorrência registrada na Delegacia. O inquérito policial foi instaurado e os trabalhos seguem na Delegacia de Polícia Civil Sul para completa elucidação dos fatos, incluindo a intimação para oitiva de envolvidos. Tão logo avance a investigação serão repassadas outras informações”, disse a corporação.

Fonte: G1

COMPATILHAR: