O inquérito foi entregue no Fórum de Santana, na manhã desta quarta, por dois policiais do 9º DP, em carro do Departamento de Polícia Judiciária da Capital (Decap).
Agora, a promotoria irá analisar o caso e, a partir daí, tem 15 dias para apresentar denúncia à Justiça contra o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, principais suspeitos pelo crime.
O promotor que acompanha o caso, Francisco Cembranelli, disse que irá analisar o inquérito durante o feriado prolongado e que na próxima segunda-feira, daria um parecer final.
Anteriormente Cembranelli já havia dito que iria pedir a prisão preventiva do casal, o que foi feito feito nesta quarta pelos delegados.
Nos últimos dois dias, os delegados Calixto Calil Filho e Renata Pontes, ambos no 9º DP, distrito que investiga o caso, ficaram analisando todo o processo e resumiram, em cerca de 20 páginas, os 64 depoimentos, 950 páginas do inquérito policial e 100 páginas de laudos periciais.
Principais suspeitos
Peritos informaram que o tempo declarado por Alexandre para subir com Isabella da garagem do edifício, deixá-la no quarto e voltar para pegar Anna e os outros dois filhos seria insuficiente para que uma terceira pessoa entrasse no apartamento, assassinasse a menina e a jogasse pela janela. Além disso, foram encontrados, na camisa que Alexandre usava na noite do crime, vestígios da tela de proteção que foi cortada para jogar Isabella.
Os advogados do casal, no entanto, contestam as provas obtidas pela polícia e dizem que farão uma perícia paralela para provar a fragilidade das acusações. Um dos advogados, Marco Polo Levorin, afirma que tem como provar que uma terceira pessoa entrou no apartamento. ?Os laudos são favoráveis?, disse. ?Há muitos fatores e informações que ainda não vazaram para a imprensa e ajudam a provar a inocência do casal. Falaremos no momento apropriado. Posso dizer que os laudos apresentam aspectos importantes para a defesa, e o conjunto probatório é frágil?, completou.
Dados conflitantes
Além disso, duas incertezas com relação à perícia deixam a defesa mais confortável para questionar os laudos. O delegado do caso, Calixto Calil Filho, em interrogatório ao suspeito, no dia 18 de abril, usou a informação de que haveria mancha de vômito na camisa dele e que esse vômito seria de Isabella. Os laudos, porém, não podem afirmar com certeza que aquela mancha, encontrada na bermuda e não na camiseta, amarelada era vômito. Em depoimento, Alexandre disse desconhecer a informação.
Outra contradição é com relação ao sangue encontrado no carro. Por ter sido encontrada uma pequena quantidade não foi possível afirmar que o sangue era de Isabella. Para o promotor do caso, Francisco Cembranelli, há outras maneiras de provar que o sangue era sim de Isabella. Uma delas é a própria disposição, fornecida pelo casal, da família dentro do Ford Ka da família.

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