Para a maioria da população formiguense, a repentina decisão que resultou na ordem de demolição de toda a edificação existente no Parque Leopoldo Corrêa (Praia Popular), soou como algo de difícil compreensão.
As razões técnicas ou até mesmo políticas que embasaram a ordem por muitos considerada absurda, até então, não extrapolaram os limites da administração municipal, o que, facilita a elaboração de uma série de hipóteses, algumas carentes de qualquer fundamento, mas que, assim como as demais, acabam chegando ao conhecimento da população e se propagando, ainda que sob a desculpa de se buscar justificativa mais plausível para tal decisão.
O Corpo de Bombeiros interditou o local, devido ao descumprimento de algumas exigências (normas) em defesa da integridade física de seus frequentadores. Dentre elas: disponibilização de guardas salva-vidas junto ao lago, extintores de incêndio e de outros equipamentos, melhorias no guarda corpo da laje e outras providências previstas nas normas que devem ser cumpridas para a obtenção do alvará de funcionamento.
Segundo o secretário adjunto de Obras, Ney Araújo, a demolição ocorreu em virtude da existência de um laudo, emitido por engenheiro da Prefeitura, recomendando tal providência.
Ouvido, o engenheiro signatário do tal laudo informou que: ?de fato, em vistoria constatei uma pequena inclinação em 2 ou 3 pilares (deslocamento) porém, em momento algum recomendei ou sugeri a demolição ou condenei a estrutura como um todo. Pelo contrário: afirmei que o uso da restaurante, em sua parte térrea poderia ser liberada, desde que se evitasse o aumento de carga na laje superior, proibindo assim a sua liberação para a presença de público. Isto ocorreu dias antes do carnaval,? concluiu.
A verdade é que o abandono em que se encontrava a Praia Popular facilitou a ação de vândalos que de repente se acentuou e, em poucas semanas, o local se transformou em reduto de tráfico e uso de drogas.
A Prefeitura promete que conseguirá, em breve, verbas para a construção de um novo complexo naquele local, destinado a atender o lazer público.
Durante os trabalhos de demolição, a reportagem acompanhou passo a passo os serviços e constatou a indignação e repulsa de populares e de muitos dos próprios operários que trabalharam na demolição, unânimes em torno da ideia de que, para a demolição não havia uma justificativa.
Calhetões, muita madeira (peroba rosa , cerca de 70 peças de 16 x 6 x 5m e 100 caibros de tamanhos diversos), centenas de metros de fiação de cobre de calibre médio, e outros materiais retirados do local (esquadrias e outros), certamente foram recolhidos e provavelmente serão empregados pela administração em outras obras de menor requinte.
O maior problema, não será a obtenção de recursos, mas sim, os relacionados à liberação ambiental já que, grande parte do que foi demolido se encontra em APP.
Provavelmente, uma reforma na estrutura anterior e a celebração de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público, talvez fosse a saída menos problemática e mais econômica para um caso que, não era tão complicado ou tão oneroso para ser resolvido, diferentemente do que agora se diz, justificando o que foi feito.

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