O prefeito Alexandre Kalil (PSD) decidiu recuar no processo de reabertura do comércio de Belo Horizonte.

A partir da próxima segunda-feira (29), apenas serviços considerados essenciais poderão abrir as portas. A medida foi anunciada nesta sexta-feira (26) e tem o objetivo de frear a propagação do novo coronavírus e conter a crescente demanda por internações no sistema público de saúde.

Poderão funcionar apenas supermercados, farmácias, laboratórios, clínicas, hospitais e demais serviços de saúde situados no interior de shopping centers, centros de comércio e galerias de lojas. Esta é a chamada ‘Fase 0’ do processo de reabertura estabelecido pela prefeitura.

A medida foi tomada em conjunto pelo prefeito e os especialistas do Comitê de Enfrentamento à Epidemia da Covid-19 na capital mineira. No processo de tomada de decisão, foram analisados três indicadores principais: o número médio de transmissão por infectado (Rt) e as taxas de ocupação de UTIs e leitos de enfermaria específicos para pacientes com a doença.

Ao justificar a decisão, Kalil citou a piora nos números da doença em BH. Segundo boletim epidemiológico divulgado nesta sexta pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), a capital registra 4.977 casos de Covid-19, dos quais 109 resultaram em mortes.

“Quando fui alarmista, quando avisei que o bombardeio ia chegar, todos os aproveitadores de plantão usaram muito isso (contra mim). Então, quero avisá-los que o bombardeio chegou à nossa cidade e nós vamos tentar controlá-lo”, disse o prefeito.

“Eu, como prefeito, sentado aqui, peço desculpas a todos aqueles que respeitaram tanto este isolamento neste momento. Humildemente, peço à população de Belo Horizonte: vamos respeitar a ciência, vamos respeitar o que deu certo no mundo inteiro. Não há outro caminho. Estamos em descontrole? Não. Segundo fui informado pela equipe da Covid-19, não. Mas podemos chegar perto do colapso ou do descontrole”, completou Kalil.


Confira o que pode e o que não pode abrir a partir de segunda-feira em BH

Explosão de casos

Em 18 de março, BH colocou em prática as primeiras normas de isolamento social. A partir daquela data, apenas serviços essenciais puderam funcionar. E assim foi por quase 70 dias, período no qual a cidade conseguiu controlar os números de infectados (1.434) e óbitos (42).

Diante do bom desempenho e da relativa folga no sistema de saúde, a prefeitura iniciou o processo de reabertura do comércio em 25 de maio. Foi liberado o funcionamento de salões de beleza (exceto clínicas de estética), shoppings populares e comércios varejistas.

Em 8 de junho, a administração municipal decidiu ampliar o processo de flexibilização das normas de isolamento. A medida liberou o funcionamento de lojas de diferentes ramos do comércio e incluiu quase 92% dos empregos.

A reabertura, porém, causou uma explosão de casos e mortes em decorrência do coronavírus, além de aumentar sobremedida a demanda por internações na rede pública de saúde.

Fases da reabertura

A Prefeitura distinguiu os possíveis níveis de abertura do comércio em seis etapas. As quatro últimas se referem a cenários em que os estabelecimentos considerados não essenciais podem funcionar:

Lockdown – Nível máximo de fechamento, cogitado caso haja piora expressiva nos indicadores epidemiológicos de BH;

Fase 0 – Cenário implementado em 18 de março, em que apenas comércios essenciais podiam funcionar. Voltará a ser implementado na próxima segunda-feira;

Fase 1 – Cenário implementado em 25 de maio, com reabertura de salões de beleza (exceto clínicas de estética), shoppings populares e comércios varejistas;

Fase 2 – Cenário que se iniciou em 8 de junho, em que 92% dos empregos foram reativados;

Fase 3 – Cenário com maior abertura que a etapa anterior. Será implementado caso os índices epidemiológicos e estruturais sejam favoráveis;

Fase 4 – Cenário de reabertura máxima do comércio, que só será implementado caso os índices epidemiológicos e estruturais sejam favoráveis.

Fonte: Estado de Minas

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