Depois de um ano da assinatura dos convênios, recursos do governo do Estado para obras de infraestrutura ainda não chegaram às prefeituras mineiras, muitas delas administradas por partidos da oposição ao governador Antonio Anastasia (PSDB). A crítica partiu dos próprios prefeitos, que afirmam ter assinado os contratos em junho do ano passado, mas estariam sendo discriminados por questões partidárias.
Os convênios foram motivo de uma ação do ex-senador Hélio Costa (PMDB), que, candidato ao governo em 2010, entendia que Anastasia usava os convênios para atrair o apoio de prefeitos para sua eleição. Agora, a demora na liberação dos recursos reforça a tese de uso político dos contratos.
Os repasses da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) serviriam para compensar cidades que tiveram perdas de arrecadação com o ICMS Solidário e com a queda no Fundo de Participação dos Municípios (FPM) devido à crise econômica de 2009. Os contratos, com valor máximo de R$ 5 milhões, foram definidos de acordo com os projetos apresentados pelas cidades.
Segundo o prefeito de João Monlevade, na região Central do Estado, Gustavo Prandini (PV), o município assinou convênio com o governo no valor de R$ 2,9 milhões para asfaltamento e pavimentação de 25 ruas e avenidas. Os projetos foram apresentados à Setop, mas o dinheiro não chegou. O governo disse que ia prorrogar o prazo por mais um ano. Nunca tivemos uma justificativa para isso, afirmou, ressaltando que, na cidade, ele é o principal opositor do PSDB, partido do governador, e que não apoiou a candidatura de Anastasia. Queremos que o governo olhe para a gente independentemente do partido. Os municípios ligados ao governo receberam os recursos, disse.
A verba do convênio assinado com a Prefeitura de Coronel Fabriciano, no Vale do Aço, também não saiu do papel. O prefeito Chico Simões é do PT, principal adversário dos tucanos. O contrato com o governo para pavimentação de ruas e contenção de encostas é de R$ 5 milhões.
Apresentamos o projeto em tempo hábil. Ele passou pela análise das secretarias de governo, mas venceu em 29 de junho, explica Simões, que aguarda a prorrogação do prazo para receber os recursos. Ainda não recebemos, mas também não ouvimos um ?não?. Temos que esperar, afirma.
Outro petista na mesma situação é o prefeito de Machado, Roberto Morais. A cidade do Sul de Minas deveria ter recebido R$ 1 milhão para pavimentação e calçamento de vias rurais. Esse dinheiro é muito esperado. A informação que tenho é que vamos receber a metade até o fim do mês. O jeito é esperar, disse.

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