O presidente da Associação Comunitária Ambiental Lagoa dos Tubarões (ACALT), Sebastião Alves Rangel, fez uso da ?Tribuna do povo? na reunião de segunda-feira (3) na Câmara Municipal, para falar sobre a retirada desordenada de areia do Rio Pouso Alegre, além da drenagem das lagoas da região de Santa Luzia, Timboré, Paneleiros.
Sebastião Rangel disse que a falta de controle na retirada de areia do rio já é um problema antigo, por isso, resolveram criar a associação. Os membros da entidade procuraram o prefeito Aluísio Veloso/PT e a promotora de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, Luciana Imaculada de Paula, para explicarem sobre o problema.
O presidente da associação elaborou um documentário sobre a situação precária no Rio Pouso Alegre, com depoimentos de moradores. Na Câmara, Sebastião Rangel mostrou a realidade do local por meio dos vídeos. ?Esse trabalho é irregular e está provocando um desastre ambiental irreversível se não forem tomadas as devidas providências. A extração contínua de areia do leito do rio está destruindo as lagoas e espécies que dela dependem para o equilíbrio ecológico?, ressaltou.
Segundo ele, o objetivo do vídeo era sensibilizar os vereadores, o prefeito e a promotora quanto ao problema. ?Devemos mobilizar as autoridades que cuidam do meio ambiente, mas não no sentido de procurar um culpado. É preciso fazer um trabalho em conjunto e promover uma audiência pública, chamar as autoridades, inclusive, os ?exploradores? de areia, eles não podem ficar de fora dessa conversa. Acho que eles são os primeiros a dar o primeiro passo e dar uma solução a esse problema. Tem que ter um controle nos trabalhos do meio ambiente, com fiscalização e percebemos que não tem esse controle e continua da mesma forma a destruição. Gostaria que essa Casa tomasse frente nesse assunto e debatermos através de uma audiência pública, levando a preocupação da comunidade sobre o assunto.
A redação do jornal Nova Imprensa e do portal Últimas Notícias ouviu o secretário de Gestão Ambiental, Paulo Coelho, a respeito do assunto, ele informou que, ?Realmente a fiscalização é precária, uma vez que os órgãos estaduais a quem cabe promover a fiscalização, como todo mundo sabe, carecem de condições para exercer a contento a tarefa. Além disto, o Departamento Nacional de produção Mineral (DNPM), órgão federal, tem concedido ? a rôdo? os registros, ao que parece, sem a menor preocupação com a causa ambiental. Quem duvidar quer verifique no site deles, como o município, estado ou país, está loteado entre os ?grandes? que exploram a mineração. Aqui mesmo, agora, está em andamento mais um absurdo. Está concedida pelo mesmo DNPM a exploração, de areia dentro da barragem de Furnas. Já tem empresário preparando os batelões para colocá-los exatamente em nossa orla, do tal Mar de Minas?.
O secretário continuou: ?É por estas e outras que os poucos aguerridos que ainda lutam pela causa ambiental (MP, Polícia Ambiental, secretário de Meio Ambiente, ambientalistas tradicionais e mais uns poucos cidadãos mais sensíveis ao apelo de defesa das causas ambientais, inclusive estudantes e professores das áreas afins), muitas vezes nos sentimos impotentes, nesta briga de ?poucos Davis contra muitos gigantes?. A ideia a audiência pública é boa. É preciso mesmo que a população inteira se revolte contra este estado de coisas, e some seus esforços aos nossos?, disse Paulo Coelho.

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