O presidente do Senado e da Câmara Federal foram eleitos neste domingo (1º). Pelo quarto mandato consecutivo e eleitos em primeiro turno, Renan Calheiros (PMDB-AL) comandará o Senado e Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a Câmara Federal.
Desafeto do Palácio do Planalto, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi eleito com 267 votos dos 513 deputados e derrotou os outros três concorrentes: o candidato do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), que teve 136 votos, Júlio Delgado (PSB-MG), que teve 100 votos, e Chico Alencar (PSOL-RJ), que teve 8. Foram registrados dois votos em branco. Conhecido por suas críticas ao governo, a vitória de Cunha era temida por integrantes do Planalto.
Ao assumir a presidência Eduardo que foi presidente da Comissão de Constituição e Justiça e líder de seu partido, agradeceu os votos dos deputados e cumprimentou os adversários. Ele afirmou que será o presidente de toda a Câmara e não somente dos que votaram nele. “Vamos buscar a altivez do Parlamento. Esta Casa é o palco dos grandes debates da sociedade. O governo sempre terá, pela sua legitimidade, a maioria para governar quando ela tiver de ser exercida.”
Eduardo Cunha disse que, de sua parte, não haverá qualquer tipo de retaliação àqueles que trabalharam por outras candidaturas. Ele destacou que o Parlamento sabe reagir às pressões. “Temos é que começar a trabalhar, sem retaliação. Porque todos aqui vieram para trabalhar. Vamos começar votando o Orçamento Impositivo e outras matérias que estão prontas para serem votadas no plenário”, disse. A previsão é que a proposta de emenda à Constituição entre na pauta na terça-feira (3).
Após os agradecimentos Eduardo Cunha determinou a apuração dos votos dos demais integrantes da Mesa Diretora da Câmara e anunciou o resultado da votação e os eleitos para comporem com ele a direção da Casa. Para a 1ª vice-presidência foi eleito o deputado Waldir Maranhão (PP-PE), com 428 votos; para 2º vice, o deputado Giacobo (PR-PR) com 322 votos.
Para a 1ª secretaria foi eleito o deputado Beto Mansur (PRB-SP), com 436 votos; a segunda secretaria ficou com o deputado Felipe Bornier (PSD-RJ), com 437 votos; a terceira, com a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP), que obteve 456 votos, e a quarta, com o deputado Alex Canziani (PTB-PR), que conquistou 457 votos. As suplências ficaram com os deputados Mandetta (DEM-MT), Gilberto Nascimento (PSC-SP), Luiz Erundina (PSB-SP) e Ricardo Izar (PSD-SP).
Nesta segunda-feira (2), às 15h, será feita a sessão solene de abertura dos trabalhos legislativos desta legislatura. Na ocasião, o governo encaminhará ao Congresso a mensagem da presidenta Dilma Rousseff pela abertura do ano legislativo.
Já o presidente do Senado Federal, Renan Calheiros, foi reeleito por 49 votos de 81, para mais dois anos à frente do cargo mais alto do Legislativo. Ele venceu o colega de partido Luiz Henrique (PMDB-SC), que se lançou na disputa sem apoio do PMDB.
Este será o quarto mandato de Renan Calheiros na presidência do Senado. O primeiro foi em fevereiro de 2005. Foi reconduzido em 2007, mas acabou renunciando ao cargo em meio a denúncias de que usou dinheiro de lobista para pagar pensão de uma filha fora do casamento. Reeleito senador, foi escolhido novamente para a presidência em 2013.
Após a proclamação do resultado, Renan agradeceu aos colegas pela “renovação da confiança”. “Obriga-me a redobrar o trabalho, triplicar o ânimo, quadriplicar a vontade de acertar para corresponder ao crédito que me foi concedido pelos senadores”, afirmou.
O presidente ainda agradeceu ao partido dele, o PMDB, que, segundo afirmou Renan, garante a ele “estabilidade”. “Como fiador do modelo democrático, o partido atua para o equilíbrio do poder e repele qualquer pendor hegemônico onde quer que ele esteja camuflado”, disse.
Renan presidirá a Casa em 2015 e 2016 juntamente com a nova Mesa Diretora, que será escolhida na próxima terça-feira (3).
Redação do Jornal Nova Imprensa Agência Brasil/G1