A cadeia pública de Arcos tem enfrentado problemas constantes em consequência do comportamento dos presos. Desta vez, os detentos fizeram um motim, na madrugada desta quarta-feira (9), por volta das 2h.
Segundo informações da Polícia Militar de Arcos, presos de uma das celas começaram a gritar, alegando que havia um companheiro passando mal, com dor de estômago, e que necessitava de atendimento médico.
O policial militar e o agente penitenciário que faziam a guarda na cadeia teriam desconfiado do fato e disseram que não tinham permissão para abrirem a cela que dá acesso ao corredor. Por motivo de segurança, eles não abriram a cela e, revoltados, os presos atearam fogo em colchões e em roupas, incitando os demais detentos a um motim.
Entretanto, quando perceberam que a chantagem emocional não funcionaria com os profissionais da segurança pública, apagaram as chamas e o detento que supostamente estaria passando mal não teria se manifestou mais.
Conforme a PM, no início da manhã de hoje, policiais militares e agentes penitenciários realizaram buscas no interior de algumas celas e constataram que uma grade havia sido serrada. A busca foi intensificada, mas a serra não foi encontrada.
Outros problemas
A Polícia Militar relata que a situação da cadeia de Arcos é tão grave que, somente nos últimos dez dias, cinco ocorrências em destaque foram registradas na cadeia.
29/08 ? Ninguém sai!
Segundo a PM, durante a visita semanal, os detentos impediram a saída de seus familiares da cadeia e reivindicaram melhorias.
31/08 – Briga entre detentos
Uma briga generalizada entre os presos, com agressões mútuas, deixou vários feridos. Os detentos usaram facas artesanais, chuços e lâminas improvisadas.
03/09 ? Greve de fome
Os presos ameaçaram uma greve de fome, reclamam da qualidade dos alimentos e reivindicaram melhorias. No horário do almoço de quinta-feira da semana passada (3), eles desperdiçaram 117 marmitex, pois se recusaram a comer e os alimentos não puderam ser reaproveitados por outra instituição por causa do calor. Segundo a PM, os militares que fazem a guarda de cadeia e os agentes penitenciários comem da mesma comida que é servida aos detentos e, até então, não teria sido registrada por parte deles reclamações sobre a qualidade dos alimentos.
07/09 ? Menor põe fogo na cela
Na segunda-feira (7), por volta das 13h, o policial militar e o agente penitenciário que faziam a guarda na Cadeia Pública de Arcos perceberam que uma cela estava em chamas. Imediatamente, entraram na cela, contendo as chamas com o extintor de incêndio e arrombaram a porta do banheiro, onde se encontrava um menor de 16 anos.
Ele havia ateado fogo no colchão e em outros objetos, estava exaltado, proferindo ameaças. Foram apreendidos também um chuço feito de arame e um isqueiro.
Quando os militares se aproximaram da cela onde o menor estava, ele arremessou uma coluna de lavatório contra o agente penitenciário e contra os policiais. Segundo informou a PM, o menor ainda arremessou um cadeado no agente, provocando ferimentos.
Foi necessário o uso de munição de borracha (não letal) para cessar a agressão do infrator, que foi atingido no braço. Posteriormente ele foi encaminhado ao hospital para ser medicado e mais tarde foi reconduzido à cadeia.
A redação tentou apurar os motivos de o menor estar na cadeia, mas a única informação obtida foi de que seria uma medida cautelar. O Judiciário também foi procurado, mas as informações não foram disponibilizadas.
Outro caso
A cadeia de Arcos enfrentou recentemente problemas com a fuga de cinco presos. Antes de fugirem, os criminosos agrediram com chutes e socos o policial militar que fazia a guarda na cadeia, roubando-lhe a arma, 30 munições, um rádio comunicador da polícia, um par de algemas e um aparelho de telefone celular. A fuga aconteceu por volta de 18h30 do dia 2 de agosto
Três dos cinco fugitivos e um suspeito de ajudar na fuga foram encontrados no dia 6 de agosto pela polícia de Goiás e presos em Alvorada do Norte (GO). No dia 15, eles foram transferidos para Arcos. Os outros dois detentos ainda não foram trazidos de volta à cadeia de Arcos. Eles continuam presos em Barreiras (BA), onde foram recapturados há um mês.
Policiamento comprometido
A própria Polícia Militar reconhece que o policiamento da cidade está ficando comprometido, pois, toda vez que existe uma ocorrência na cadeia pública, o efetivo da PM é empenhado em quase sua totalidade para a contenção das ações dos presos. ?Desta forma, a população que necessitar de atendimento policial, deverá aguardar até que o eventual problema seja solucionado para poder ser assistida?, relata em nota a PM. Além de os presos estarem representando um risco para a população, com quase todo o efetivo policial ?por conta deles?, outros oportunistas podem agir pelo município.

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