Quase cinco mil eleitores privados de liberdade poderão votar, em Minas Gerais, no segundo turno das eleições presidenciais. A maior parte é representada pelos 4.487 detentos de unidades prisionais administradas pela Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi) da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). Votam também os presos que estão em cadeias públicas e adolescentes autores de atos infracionais acolhidos em unidades da Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas (Suase). Juntos, eles totalizam 494 eleitores.
Para que estas 4.981 pessoas possam exercer o direito de votar, haverá zonas eleitorais em 97 unidades do Sistema de Defesa Social, sendo 64 naquelas administradas pela Suapi. O número coloca Minas Gerais em primeiro lugar no ranking dos estados com maior número de presos e adolescentes que se cadastraram para poder votar nestas eleições. No primeiro turno, que aconteceu em 3 de outubro, aproximadamente três mil presos adultos e adolescentes com medida de privação da liberdade efetivaram seus votos.
Emoção e retorno
As subsecretarias de Administração Prisional (Suapi) e de Atendimento às Medidas Socioeducativas (Suase) avaliaram positivamente o interesse e a participação manifestados no primeiro turno do processo eleitoral de 2010. O subsecretário, Genilson Zeferino, conta que na Penitenciária Regional de Três Corações, no Sul de Minas, houve registro de três presos que, mesmo tendo recuperado a liberdade após se cadastrarem, resolveram retornar à unidade prisional exclusivamente para votar. A atitude foi motivo de emoção para os próprios egressos e também para os profissionais da unidade.
Houve votação em nove Centros Socioeducativos de Minas Gerais, onde vários adolescentes maiores de 16 anos acautelados oficializaram o interesse em participar das eleições. Para o subsecretário de Atendimento às Medidas Socioeducativas (Suase), Ronaldo Araújo Pedron, a iniciativa serviu para conscientizar e despertar o interesse desses jovens para o cumprimento de seus direitos como cidadãos, representando um reforço no seu rompimento com o ciclo da criminalidade.

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