O coração é o órgão responsável por bombardear o sangue por todo o corpo. Mas se essa bomba não supre as necessidades metabólicas do organismo, instaura-se o quadro de insuficiência cardíaca (IC) – doença que mata mais de 33 mil brasileiros por ano. Mesmo havendo tratamentos com medicamentos e transplantes de órgão para combater essa enfermidade, a grande recomendação dos especialistas é a prevenção.
Esse cuidado foi o tema central do X Congresso Brasileiro de Insuficiência Cardíaca, que reuniu mais de 800 especialistas na semana passada em Belo Horizonte. O cardiologista Marcus Vinícius Bolívar Malachias, professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, alerta que a IC é a via final das doenças do coração. Entre as principais causas estão a hipertensão arterial, diabetes, o colesterol elevado, o tabagismo, a obesidade e o sedentarismo, além dos fatores hereditários e do envelhecimento.
Malachias revela que 30% dos brasileiros são hipertensos, mas de 10% a 20%, apenas, seguem as recomendações médicas e tratam esse fator de risco para a IC. As pessoas não acreditam no diagnóstico. Na campanha ?Eu Sou 12 por 8?, chamamos a atenção para medir periodicamente a pressão, fala.
Para ele, é necessário conscientizar a população sobre os cuidados com a saúde. É preciso haver educação nas escolas, promover a adoção de hábitos alimentares saudáveis desde a infância. É mais fácil ensinar uma criança a comer bem do que mudar hábitos na vida adulta, diz, referindo-se, também, à prática regular de exercícios físicos. Saúde é uma coisa que se planta, compara.
Transplantes
O transplante de coração é uma das maneiras de tratar a insuficiência cardíaca. O cirurgião cardiovascular Juan Mejia, coordenador do Programa de Transplante Cardíaco do Hospital de Messejana, em Fortaleza (CE), informa que cerca de 200 transplantes foram realizados no Brasil nos últimos quatro anos. Porém, o número está estagnado. Falta um programa nacional de assistência circulatória, diz ele.
Presidente do congresso, a médica Maria da Consolação Moreira diz que mais de 90% dos transplantes de coração no país são feitos pelo Sistema Único de Saúde, desde 1985. São mais de 2.800 transplantados e mais de 400 em Minas Gerais, fala. Segundo ela, o SUS oferece também os medicamentos. Na rede particular, o procedimento custa cerca de R$ 200 mil.
Ela ressalta que, em 20 anos, os estudos avançaram consideravelmente, mas é preciso atenção. É uma doença fatal, alerta.

COMPATILHAR: