Os trabalhadores da saúde do Estado entraram nesta segunda-feira (25) em greve por tempo indeterminado. Exceto os médicos que atuam na rede estadual, todos os outros profissionais da área cruzaram os braços para pressionar o governo a reduzir sua carga horária de 40 para 30 horas, sem ocorrer redução salarial, entre outras reivindicações.

A adesão ao movimento grevista no Estado é de 80%, segundo informou o Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde). Nas áreas de urgência e emergência, 30% dos profissionais continuam trabalhando, como prevê a lei.

“Em Belo Horizonte, as unidades da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) com maior adesão são os hospitais João XXIII, João Paulo Segundo,Júlia Kubitschek, e a Maternidade Odete Valadares”, explicou a Diretora do Sind-Saúde Neusa Freitas.

No interior do Estado, as cidades de Juiz e Fora e Patos de Minas foram as com maior aceitação da greve.

“Além da redução, também estamos cobrando do governo o nosso plano de carreira e a recomposição salarial de 20%”, argumentou Neusa.

O sindicato ainda acusa o governo do Estado de já ter assinado, em março de 2015, o acordo prevendo garantir as reivindicações da categoria. “Após firmar o acordo, recebemos do governo a informação que está impossibilitado de atender nossa demanda em função da Lei de Responsabilidade Fiscal”, lamentou a diretora.

Em contrapartida, a Secretaria de Estado de Saúde informou que o governo apresentou uma contraproposta a categoria em reunião, realizada na última terça-feira (19). O encontro contou com a participação de representantes do movimento e com o secretário de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães, e o secretário de Saúde, Fausto Pereira dos Santos, além do deputado federal Adelmo Leão.

O governo se comprometeu em atender a reivindicação dos trabalhadores assim que o Estado superar a restrição legal imposta pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Em nota, o Estado alegou que “em razão das extremas dificuldades financeiras e orçamentárias que geraram restrições impostas pela lei, não há como atender, de imediato, as reivindicações que impactem no aumento da folha de pagamento, como é o caso da redução da jornada”.

A Secretaria de Saúde ainda afirmou que, durante a reunião, o governo se comprometeu em a partir do próximo mês, realizar a implantação dos benefícios auxílio-refeição e auxílio-transporte para os servidores estaduais cedidos aos municípios, denominados municipalizados.

Sobre a reestruturação das carreiras, o governo alega ter se comprometido em rever o decreto que regula as concessões de diárias atento às especificidades do trabalho na Secretaria de Estado da Saúde.

Porém, a falta de uma data para começar a acatar as principais exigências da categoria, como a redução da jornada de trabalho, faz com que os trabalhadores permaneçam com as atividades paralisadas. “Vamos continuar de greve por tempo indeterminado até que o governo resolva atender a essas reivindicações”, concluiu Neusa.

Manifestação

Na manhã desta segunda, a categoria realizou uma manifestação na porta do hospital Odete Valadares, de onde saíram em passeata em direção a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

Por volta de 14h, a categoria se reuniu no pátio da ALMG para realizar uma assembleia que discute os rumos tomados pelo movimento.

 

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