Depois das críticas e das ações judiciais contra o programa Mais Médicos para o Brasil, o governo federal admitiu, nesta quarta-feira (24), a possibilidade de rever a ampliação em dois anos do curso de medicina e a obrigatoriedade de estudantes, a partir de 2015, atuarem no Sistema Único de Saúde (SUS).
A informação foi repassada pelos ministros da Saúde, Alexandre Padilha, e da Educação, Aloizio Mercadante, após reunião com o Conselho Nacional de Educação (CNE), órgão responsável pelas alterações curriculares dos cursos do país. ?Em vez de serem dois anos a mais de graduação, a recomendação da comissão de especialistas do MEC é que fossem dois anos de residência médica?, afirmou Mercadante.
Com a medida, além dos seis anos atuais de graduação, passaria a ser obrigatório o início da residência médica logo após a conclusão do curso. Outra alternativa é a ampliação para três anos do internato ? última fase da graduação em medicina. As questões ainda precisam passar por uma comissão de especialistas.
Nesta quarta, a Associação Médica Brasileira apresentou a terceira ação judicial contra o programa.
O programa Mais Médicos, criado pelo Governo Federal e que tem como objetivo trazer médicos estrangeiros ao país no período de três anos para prover atendimento médico em regiões pobres, já conta com 372 municípios mineiros inscritos. O número corresponde a 40% do total de cidades do Estado.
Deste total, 52 municípios estão entre as regiões de Minas que apresentam maior vulnerabilidade social e são consideradas prioritárias. As inscrições estão abertas até esta quinta-feira (25) e podem ser feitas pelo site www.saude.gov.br.
Brasil
Em todo o Brasil, são cerca de 2.552 cidades que aderiram ao programa, o equivalente a 45,8% das cidades brasileiras. Do total, 887 estão em regiões de maior vulnerabilidade social. A região Nordeste registrou o maior número de inscrições, com 867, ou seja, 34% municípios participantes. O Sudeste contou com 652 municípios participantes e o Sul, 620. Norte e Centro-Oeste registraram 207 e 206, respectivamente.
?Com este programa estamos enfrentando um dos grandes desafios da saúde pública brasileira, que é levar mais médicos para perto da população, especialmente para as regiões onde faltam profissionais. Sabemos que um médico junto da população faz diferença. Além disso, estamos fortalecendo a atenção básica, que é capaz de resolver 80% dos problemas de saúde sem a necessidade de recorrer a um hospital?, esclarece o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

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