O provedor da Santa Casa de Caridade de Formiga, Geraldo Magela Antunes Couto, fez o uso da ?Tribuna do Povo? durante a reunião na Câmara Municipal de segunda-feira (19). O médico falou sobre os trabalhos na entidade e das políticas de saúde pública no município.
Geraldo Couto ressaltou que, nesta segunda gestão, estão dando continuidade a um trabalho de qualidade oferecido pela Santa Casa da melhor maneira possível à população. ?Estamos em um projeto de organização, com estruturação física, de pessoas e de gestão. É importante vocês terem conhecimento dessa gestão. Eu hoje represento a mesa administrativa que representa os irmãos benfeitores, que são a estrutura maior na Santa Casa?.
O médico falou ainda sobre a infraestrutura do hospital. Atualmente a Santa Casa conta com cem leitos e, com projetos futuros, poderá chegar a 250 leitos. ?Ela foi projetada para sustentar o crescimento de Formiga e da microrregião. É importante destacar também a construção da UTI adulta. A parte administrativa da UTI está começando hoje [segunda-feira], já na sexta-feira passada recebemos uma solicitação da Secretaria de Estado para que apresentamos um projeto da UTI neo natal?, disse.
Sobre a tomografia, um dos assuntos mais cobrados pelos vereadores nas reuniões legislativas, Geraldo Couto disse que já enviaram a documentação para a Secretaria de Estado e que o único item que estava faltando era a indicação de um responsável técnico para que o serviço possa ser credenciado via SUS. ?Já indicamos esse profissional na sexta-feira (16). O credenciamento propiciará o atendimento não só dos pacientes internados, mas aqueles que o Ministério [da Saúde] indicar para que possamos fazer os exames?.
O provedor ressaltou que foram realizados, no mês de agosto, 422 exames de tomografia em Formiga, 68 exames pela Secretaria de Saúde e 42 exames de urgência, pelo Pronto Atendimento Municipal (PAM). Vale lembrar que o tomógrafo foi inaugurado no dia 14 de março de 2010.
Em relação ao atendimento no hospital, Geraldo Couto disse que a Santa Casa conta com algumas dificuldades, pois é uma prestadora de serviços. ?Ela não é uma entidade que faz os serviços, ela depende de outras estruturas para que ela possa prestar esses serviços. Estamos trabalhando de uma forma aberta com o município, com o objetivo de atender a população, pois somos monitorados pela Secretaria de Estado, pois se não cumprirmos as metas, somos penalizados com cortes de recursos?.
Questionado pelos vereadores sobre a prestação de exames de tomografia para a população mais carente de Formiga, o médico salientou que a Santa Casa se preocupa com as pessoas que precisam desse exame, mas que o hospital precisa receber por isso. ?Temos a preocupação de atender essas pessoas da melhor maneira, mas a Santa Casa não consegue pagar um exame, em que a média do custo é de R$100, dependendo do contraste é mais R$60 por frasco e o SUS não paga esse contraste. É o mesmo medicamento usado, seja em um atendimento particular ou pelo SUS. O atendimento de tomografia é 24 horas?, explicou o provedor.
De acordo com Geraldo Couto, ?a Santa Casa é da população, o que ela não pode fazer é de graça. Sabemos onde ela tem hoje os seus déficits. A longa permanência dá a ela um prejuízo de R$100 mil por mês, temos pacientes que não conseguimos mandar para casa. Não podemos colocar ele na rua, ele fica lá até que a gente consiga condição de retirá-los?.
Sobre a instalação da UTI no hospital, Geraldo Couto destacou que a unidade é uma ferramenta que dá segurança ao médico. ?O benefício é enorme para toda a região de Formiga. Levamos pacientes para fora e vemos que não precisamos disso, podemos ficar por aqui, pois temos ótimos profissionais?.
Em relação aos convênios feitos com a Secretaria de Saúde, o médico explicou que são três convênios. O primeiro é referente ao aluguel, o valor é de aproximadamente R$8 mil. O segundo é de R$20 mil, que inclui raio X, exames, alimentação, lavanderia, procedimentos de consultas e internações psiquiátricas, o valor passou para R$25 mil e o terceiro é o de fisioterapia, no valor de R$8 mil.
?Esses convênios são feitos com prestação de contas, a secretaria tem que passar o recurso, eu usar e depois prestar conta, o que ocorre não é isso. Eu presto o serviço, depois ela me paga, depois presto conta e falam que não é do jeito que querem. Já tivemos umas três reuniões para resolver isso e não adiantou?.

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