A bancada do PSDB no Senado decidiu votar contra a prorrogação da CPMF até 2011, considerando a atual proposta, e declarou que poderia retirar-se da negociação com o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
De acordo com a cúpula do partido, a oferta de desonerações tributárias do Palácio do Planalto está muito aquém daquilo considerado viável pela legenda. Ela está tão longe que é muito difícil que o partido mude de decisão, avalia o senador Sérgio Guerra (PE), que presidirá o PSDB a partir do início de dezembro.
O presidente tucano, Tasso Jereissati (CE), chegou a dizer que o PSDB deverá votar contra a prorrogação do tributo na análise do parecer da senadora Kátia Abreu (DEM-TO) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A apresentação do parecer deve acontecer ainda nesta semana.
O líder governista também anunciou que apresentará requerimento na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para remeter a proposta de prorrogação de CPMF ao plenário, caso a relatora, Kátia Abreu (DEM-TO), não apresente o parecer sobre a matéria até sexta-feira. Temos que discutir o mérito. Mas não podemos catimbar o jogo, advertiu.
A relatora na CCJ ameaça atrasar a votação da proposta sob o argumento DE que as audiências públicas, realizadas na semana passada, esticaram o prazo de tramitação da proposta. De acordo com o regimento, a CCJ tem 30 dias para votar a matéria e o prazo encerra-se na próxima sexta-feira (9).
Se o requerimento for apresentado ? e aprovado – a matéria não é votada na CCJ e segue para votação imediata no plenário da Casa.
Romero Jucá interpretou como natural a recusa do PSDB em votar a CPMF com a atual proposta. De acordo com o governista, o principal partido de oposição vive um momento de definição interna. É um processo conturbado. Não temos gordura, mas temos muita saliva para gastar. É claro que nós ficamos muito preocupados, mas vamos conversar. Nós teremos em dezembro mais de 49 votos para aprovar a CPMF, garantiu.
Jucá avalia que a votação da CPMF em primeiro turno no plenário pode acontecer no dia 6 de dezembro. O governo corre contra o tempo para aprovar a matéria antes do final do ano. Caso contrário, terá que cumprir um prazo de 90 dias sem a cobrança do tributo. A equipe econômica calcula que deixará de arrecadar, caso isso ocorra, cerca de R$ 15 bilhões.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), admitiu nesta terça-feira (6) a possibilidade de refazer a proposta apresentada ao PSDB para garantir os votos necessários à prorrogação da cobrança da CPMF até 2011. O governo formulou uma proposta importante. Mas é claro que pode se rediscutir. O jogo não está fechado. Não está perdido, disse o líder governista.
O líder do governo, no entanto, não disse em quais pontos o governo poderia flexibilizar a proposta apresentada nesta terça-feira aos tucanos.

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