Medidas de prevenção para o combate à proliferação de bactérias super-resistentes foram tema da audiência pública da Comissão de Saúde na Assembleia Legislativa de Minas Gerais na quarta-feira (1º). O requerimento para realização da audiência é de autoria do presidente da comissão, deputado estadual Carlos Mosconi (PSDB), e foi apresentado em reunião no dia 27 de outubro, no qual foram discutidos casos isolados de contaminação pela bactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC) em Minas Gerais.
Durante a audiência, os números da KPC no Estado foram atualizados e indicam que a situação está sob controle. Em Minas Gerais, não há surtos, somente casos isolados, que ocorreram em Belo Horizonte e Nova Lima. Entre dezembro de 2009 e março de 2010, foram 21 casos notificados em Belo Horizonte. No período de junho a setembro, ocorreram nove notificações, também na capital. Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), contabilizou mais dois casos. Outros 19 casos foram notificados por laboratório particular e foram repassados à Secretaria de Estado de Saúde (SES) e à Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte e estão sendo investigados, totalizando 51 casos notificados no Estado.
Em encontro anterior na Assembleia, em outubro, que deu origem à discussão do problema, a gerente da Vigilância Sanitária Estadual, Adriana Cacciari Zapaterra César, afirmou que os casos registrados no Estado não são uma novidade, além de não representarem risco significativo para a população, fora dos hospitais. Apelidada de ?superbactéria? em razão do alto nível de resistência aos antibióticos, a KPC é responsável por 18 mortes em Brasília (DF), onde ocorreu um surto de contaminação.

Resolução
Ainda com objetivo de prevenir o surto da KPC nos hospitais, a Secretaria de Estado de Saúde publicou, no dia 27 de outubro, uma resolução que visa criar um comitê que vai realizar estudos sobre a Prevalência de Microrganismos Multirresistentes nas Unidades de Terapia Intensiva do Estado de Minas Gerais. Conforme a resolução (SES nº 2587 de 26 de novembro de 2010) será criado o Comitê de Estudo de Prevalência de Microrganismos Multirresistentes nas Unidades de Terapia Intensiva do Estado de Minas Gerais.
O Comitê de Estudo será atributo da Superintendência de Vigilância Sanitária (SVS) e Superintendência de Epidemiologia (SE), além da Fundação Ezequiel Dias (Funed), Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), Grupo Técnico de Controle de Infecção (GTO) e Sociedade Mineira de Infectologia (SMI).
Segundo a resolução, o Comitê de Estudo deverá apresentar à SES, até 31 de abril de 2011, relatório contendo os resultados do estudo para orientação da política pública, bem como, proposta de modelo pedagógico para capacitação dos profissionais de saúde na prevenção da ocorrência de Microrganismos Multirresistentes nos estabelecimentos hospitalares.
Segundo Adriana Zapaterra, a resolução resultará em ações permanentes para tratar o problema. ?Vamos buscar identificar a prevalência das bactérias e isso ajuda a orientar o modo de atuação dos profissionais e também a prevenir. É uma ação, principalmente, de educação? , ressalta.

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