Por concordarmos em gênero, número e grau com as lúcidas observações do amigo Marco Aurélio Mello Machado e, com a devida autorização do ilustre autor, compartilhamos com nossos habituais leitores o texto a seguir. Assim procedendo, reafirmamos nosso integral endosso ao que aqui, com muita pertinência, se cobra.

“Pelo divulgado na grande imprensa, a operação Capitanias Hereditárias rendeu 85 escutas telefônicas em 6 meses (entre abril e setembro), mostrando conversas indecorosas do prefeito com assessores sobre doação irregular de lotes (com supostos pedidos de policiais civis), licitações fraudadas e práticas condenáveis de favorecimento de pacientes.

No geral, o que se viu, da elogiosa ação do MP, foi o uso indecente da condição de agentes públicos por parte de vereadores, do prefeito, de secretários e aspones para o cometimento de ilicitudes. Até agora, nem a Prefeitura, nem a Câmara se posicionaram muito além de inócuas e insípidas notas, dizendo que estão perplexos, que foram tomados de surpresa, que estão colaborando com a investigação e outras platitudes.

Até aqui nenhum vereador veio a público socorrer a imagem do Legislativo, mesmo correndo o risco de ser taxado de oportunista. Sim, o que está em jogo nesse momento é a imagem do Poder que representa, de maneira legal e legítima, o povo de Formiga. Mais que isso, sendo o Legislativo o poder fiscalizador, que venham aqueles vereadores que se julgam dignos e exijam apuração rigorosa dos fatos no âmbito do Executivo.

Qual o próximo passo? Inegável que a sociedade formiguense precisa se manifestar, precisa mostrar sua indignação. Urge que as instituições se manifestem e que cobrem rigor na apuração dos graves ilícitos até agora divulgados. Cito aqui as lojas maçônicas, as igrejas (todas, sem exceção), as entidades classistas (Acif/CDL especialmente), OAB, etc. para que expressem seus pontos de vista sobre aquilo que, antes, eram só denúncias nas redes sociais, mas que, agora, se tornaram fatos pelas ações do MP.”

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