O benefício do exercício físico para pacientes com cardiopatia continua a ser redescoberto a cada dia. Contudo, apesar de comprovado, o treinamento de exercício continua subutilizado na população de pacientes com doença arterial coronária. Menos de 15% dos pacientes com esse problema são encaminhados para programas de reabilitação cardíaca com exercício, pois a maioria dos médicos não se sente à vontade com a prescrição de exercício para o cardiopata, principalmente por não conhecerem os seus benefícios.
A permanência no hospital para pacientes com doença de artéria coronária após infarto do miocárdico (IM) diminuiu acentuadamente de várias semanas no final da década de 1960 para alguns dias no final da década de 1990.
Há três metas principais em qualquer programa de cuidados cardíacos intensivos após a alta: manter ou melhorar a capacidade funcional do paciente, aprimorar sua qualidade de vida e impedir a recorrência de eventos cardíacos.
O treinamento de exercício é o componente chave desse programa de prevenção secundária e reabilitação, embora a educação e o aconselhamento para melhoria de bem estar psicológico, interrupção do tabagismo e aumento da aderência aos medicamentos e à dieta também estejam incluídos em um conceito de reabilitação cardíaca abrangente.
O exercício permanece como componente chave do processo de reabilitação cardíaca devido a sua capacidade em aumentar a tolerância ao exercício, diminuir a isquemia cardíaca e a angina induzida pelo esforço, e reduzir fatores de risco cardíacos, como colesterol, pressão arterial e disfunção endotelial.
O treinamento supervisionado tem a capacidade de aumentar a aptidão física no paciente portador de doença coronária, recém saído do hospital. O repouso prolongado pós infarto é prejudicial na recuperação.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda a inclusão da atividade física no tratamento do cardiopata, em particular no paciente com Doença Coronária, Hipertensão Arterial e Insuficiência Cardíaca.
O exercício exerce também papel fundamental no tratamento do Diabetes, trabalhos científicos comprovam que um cardiopata bem treinado vive mais que uma pessoa sem cardiopatia mais que não tenha bom condicionamento físico.
Referência: Departamento de Reabilitação Cardíaca da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Dr. Raimundo de Paula Andrade
Médico Cardiologista – CRM-MG 10.772
Membro Associado da Associação Médica de Formiga