Em 20 de outubro de 2017, em editorial publicado na nossa edição de nº 1.079, alertávamos o Executivo, após analisar detidamente as falas dos senhores vereadores na reunião ordinária de 16 do mesmo mês, dizendo que nos parecia óbvia a constatação de que a aliança dos 22 partidos que apoiaram a candidatura de Eugênio estava, praticamente, rompida.
A razão principal desta tomada de posição por parte de um razoável número de vereadores estava naquele mesmo editorial, muito bem explicitada e devidamente comentada.
O resultado prático daquele rompimento foi que um ou outro pedido de providência de determinados edis acabaram sendo atendidos, se não no todo, ao menos parcialmente, mas, tais ações não tiveram o condão de reatar as alianças a um ponto, digamos confiável.
De prático mesmo, ao que parece, foi que ainda timidamente, ecoaram as queixas e ao que parece, com mais força, as relacionadas com o mal funcionamento do Saae. Após a divulgação das críticas vindas do Legislativo, em + ou – 45 dias, aquele que antes parecia inamovível de sua posição, pegou o boné e assinou o famoso e conhecido pedido de exoneração, alegando razões de cunho pessoal.
Houve a troca de comando e da dança das cadeiras, resultou o que hoje se sabe.
Pois bem: muitos meses já se passaram desde aquele primeiro sinal de demonstração coletiva “de saco cheio” e agora, exatamente nesta semana, ecoou mais uma vez lá no plenário do Legislativo, o aviso mais que claro de que se o andamento dos pedidos de providência não mudar de rito, o grito de “Independência ou Morte” será o que o prefeito ouvirá mais cedo do que se imagina.
Desta feita, os vereadores por razões que ficaram muito bem explicitadas nos comentários que fizeram logo após o uso da Tribuna pelo vereador Marcelo Fernandes, deixaram bem marcadas suas posições e foi unânime a afirmativa de que o uso dos tais pedidos de providência, como disse a ex-presidente Wilse Marques, “de nada resolve”.
Na fritada dos ovos, foi também consensual a constatação de que se não houver, e já, um enxugamento da máquina pública, com a consequente substituição de muitos dos que hoje ocupam cargos que poderiam ser da responsabilidade de concursados, os quais certamente se desincumbiriam de tais funções maior eficiência que a demonstrada por alguns dos atuais nomeados; sem esta providência, garantem os vereadores que dificilmente o prefeito conseguirá com mais economia, imprimir na máquina pública o ritmo necessário para sair da inércia e recuperar o tempo perdido nestes primeiros 14 meses.
O prefeito, que naturalmente lê as notícias que de alguma forma chegam ao seu conhecimento através da imprensa, é provável que também ouvirá os seus habituais “conselheiros” e se houver tempo, para não se basear apenas no informado por estas fontes, ainda poderá se valer do You Tube e assistir passo a passo o que ocorreu na Câmara durante a reunião desta memorável segunda-feira (5). Aí, quem sabe, repense seus planos para, num gesto de sabedoria e de altivez, livrar-se de boa parte do entulho que foi obrigado a trazer para dentro de sua administração, respeitando o acordão, anteriormente costurado com os tais 22 partidos.
E percebam leitores; quem disse isso, ainda que em outras palavras, foram nada menos que 9 vereadores que demonstraram insatisfação com tudo que aí está posto e que também sabem e bem, que eles mais que mendigar esta ou aquela providência, muito mais que perderem tempo com o envio de mensagens de condolência, de congratulações ou de elogios a funcionários que cumpriram suas obrigações, devem sim, fiscalizar e cobrar do Executivo. Exatamente como fizeram agora, exigirão medidas que assegurem a mais rápida, econômica e eficaz forma de gerenciamento da máquina pública, sem o que o atendimento dos anseios da população através da melhor prestação dos serviços públicos, não se dará.
Tudo indica que se o líder exercer de fato sua liderança e o Executivo despir-se de certas convicções que certamente ainda não estão tão arraigadas a ponto de que ele não possa delas se livrar, nos parece que aquilo que hoje se afigura como séria crise, ainda resulte em solução que viabilize o curso dos próximos 34 meses de governo, de forma mais pacífica entre os poderes e resulte na melhor prestação de serviço ao povo formiguense. Tomara que isto ocorra, porque do contrário, teremos um “repeteco” do que vivenciamos por aqui, não faz muito tempo!

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