Em plena data em que se celebra o ‘Dia Mundial do Rock’, comemorado na segunda-feira (13), os organizadores do festival Formiga Sônica receberam uma péssima notícia que colocaria em risco a realização do evento.

Com todas as atividades planejadas para o festival, que durará sete dias, ocorrendo a todo vapor,  a segunda-feira começou com a  pintura e estilização das faixas de pedestres no centro. Para a noite, estava marcada a primeira oficina do festival com o maestro e músico da banda Skank Paulo Márcio da Costa. Mas no fim da tarde veio a notícia de que o Formiga Sônica poderia ser cancelado. O motivo: o valor aprovado na Câmara para a realização do evento, ainda não havia sido liberado.

FS

Na segunda-feira (13) as faixas de pedestres no centro da cidade foram estilizadas (Foto/Glaudson Rodrigues)

A informação foi confirmada pelos organizadores do evento, Warlen Leal e Wanderson Leal, no final da reunião do Legislativo. Eles foram até a Câmara para buscar uma solução após serem informados sobre o problema. Mais cedo, quando estiveram na Secretaria de Cultura para dar início ao pagamento das despesas do evento,  que seriam quitadas pela administração com o valor aprovado na Câmara (até R$30 mil), foram informados de que a quantia deveria ser repassada pelo Legislativo.

Diante da situação, o presidente da Câmara Evandro Donizeth da Cunha (Piruca) e os vereadores José Geraldo da Cunha (Cabo Cunha) e Arnaldo Gontijo se reuniram com os organizadores do evento, com o secretário de Cultura, André Gouvêa e o adjunto da pasta Joe Bazílio para tentar chegar a um acordo e evitar o cancelamento do evento em cima da hora.

Piruca informou que o projeto que chegou à Casa Legislativa para ser aprovado descrevia que o Executivo arcaria com gastos de até R$ 30 mil com o festival. “Esse foi o projeto enviado para nós e aprovado por unanimidade. Não tinha nenhuma emenda falando que nós arcaríamos com esse valor. Isto não é certo! O Executivo está jogando uma responsabilidade dele para o Legislativo.”, declarou o presidente.

Diferente do que foi informado pelo presidente do Legislativo, André Gouvêa  disse que o projeto previa sim que o repasse fosse feito pela Câmara e não pelo Executivo. “Eu havia conversado com os organizadores, quando o projeto foi aprovado, avisando que eles deveriam entrar com um pedido para que a Câmara fizesse o repasse da verba, houve aí uma falha de comunicação”, informou André.

Para o vereador Arnaldo Gontijo, toda essa confusão, mostra que a cidade não está sendo administrada de forma séria. “Mais uma vez está provado que estamos lidando com uma administração que não honra com suas palavras. Um político sério não age dessa forma”, disse o vereador.

Indagados pelos vereadores sobre o pedido do secretário, os organizadores garantiram que ninguém da Secretaria de Cultura informou, em nenhum momento, sobre o repasse da verba (diferente do que está no projeto) ser feito pela Câmara. “Essa informação não nos foi passada. Após a aprovação do projeto, nos preocupamos em arrumar a documentação exigida para fazer uso dos valores e com a organização do festival, que foi trabalhosa. Acreditávamos que após a aprovação estava tudo certo”, comentou Wanderson Leal.

Mesmo discordando da postura do Executivo em transferir a responsabilidade de arcar com o gasto, o presidente da Câmara, Piruca propôs, em nome dos 10 vereadores, que a Câmara arcasse com 50% dos gastos, ou seja, R$ 15 mil. Isso se a Prefeitura arcasse com os outros 50%.

O dia do Rock acabou sem que o problema fosse solucionado. Já no fim da tarde de terça-feira (14), a organização do evento se reuniu com o chefe de Gabinete e secretário de Administração e Gestão de pessoas, José Terra de Oliveira Junior (Terrinha), o secretário de Planejamento e Regulação Urbana, Rafael Tomé, o secretário de Cultura, André Gouvêa, o secretário de Comunicação, Flávio Roberto e o procurador jurídico da Prefeitura, Mauro Carlos de Souza, para enfim decidirem se a verba seria liberada.

De acordo com Terrinha, a Prefeitura irá arcar com os 50% propostos pelo Legislativo. “Em momento algum deixaríamos o festival ser cancelado, realmente houve uma falha de comunicação”, informou o chefe do Gabinete, que garantiu à organização do evento que os trâmites para liberação da verba serão feitos nessa quarta-feira (15) e que o valor será liberado o mais rápido possível. “A organização pode ficar tranquila e seguir com a programação do evento pois a verba será liberada antes do final da semana”, garantiu Terrinha.

Mesmo com o risco de cancelamento, as oficinas de segunda e terça-feira (13 e 14) foram realizadas normalmente.  De acordo com a organização mais de 50 pessoas participaram das oficinas.

Após a possibilidade de cancelamento do festival o Formiga Sônica segue a todo vapor. Confira a programação:

Oficinas

As oficinas  estão sendo oferecidas gratuitamente na Escola Municipal de Arte e Teatro (Emart), das 19h às 21h.

De acordo com a organização do evento, não há necessidade de pré-inscrições para participar, basta chegar mais cedo e garantir a vaga. A Emart tem capacidade para 70 pessoas.

Qualquer pessoa interessada nas oficinas pode participar sendo músicos, iniciantes e cidadãos interessados.

Confira as oficinas:

Quarta-feira (15)-Tema: “A Evolução da Bateria e Suas Levadas”
Palestrante: James Allen Duchowny (Jimmy Duchowny), baterista americano,

Quinta-feira (16) – Tema: “Música e Mercado de Trabalho”
Palestrante: Deivyd Alves, multi-instrumentista e professor da Emmel.

Já no sábado (18) e domingo (19) as bandas se apresentarão no Centro Cultural Casa do Engenheiro.Serão cinco bandas por dia e os organizadores informam que os shows começarão nos horários marcados.

casa eng

O palco para apresentação das bandas já está sendo motado (Foto/Gustavo Borges)

Confira o line- up do festival:

Sábado

15h- Made of Stone
16h– Lively Water
17h- Os Sônicos
18h- Chula Rock Band
19h- Made of Stone

Domingo
15h- 
Volta Elétrica
16h- Taverna
17h– Somba
18h- Dielogue
19h- Facção Caipira

 

Priscila Rocha

COMPARTILHAR: