Com o fim da greve nas universidades federais decretado no domingo (16) pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), a preocupação dos alunos e professores agora é com a reposição de aulas e o estabelecimento do novo calendário acadêmico. Algumas universidades admitem que o ano letivo se estenderá até abril de 2013. Em um caso, na Federal do ABC, é possível que a normalização só aconteça em 2015.
Segundo levantamento do Ministério da Educação (MEC), 13 das 59 universidades federais do País ainda não finalizaram a greve. Mesmo com o enfraquecimento do comando nacional de greve, com a retomada das atividades nas universidades nas últimas semanas, o movimento alcançou ontem quatro meses de duração. A paralisação chegou a atingir 57 das 59 federais do País.
Na nota divulgada no domingo (16), o Andes informa que vai encaminhar a suspensão unificada da greve nacional às instituições de ensino durante esta semana. ?Majoritariamente, as assembleias locais apontaram para uma suspensão do movimento grevista até a próxima sexta-feira?, afirma a presidente do Andes, Marinalva Oliveira. Segundo a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), a retomada das atividades nos câmpus deverá ser garantida por todas as universidades.
Em nota, o MEC informa que o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, vai se encontrar nesta terça-feira (18) com representantes dos reitores para definir a aplicação do novo calendário. A pasta vai acompanhar a volta das atividades acadêmicas e fiscalizar a reposição das aulas. A greve foi um desastre para alunos e professores, pois paralisou o trabalho e interrompeu os cursos?, afirma o sociólogo Simon Schwartzman, presidente do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets).
De acordo com o Projeto de Lei 4.368/2012, encaminhado ao Congresso pelo Ministério do Planejamento em 31 de agosto, foi assegurado à categoria um aumento entre 25% e 40%, além da redução do número de níveis de carreira de 17 para 13. O impacto no orçamento chega a R$ 4,2 bilhões. Sobre o PL, o Andes critica a falta de critérios mais definidos para a progressão na carreira e outros itens referentes à avaliação externa. A entidade afirma que esse ponto afeta diretamente a autonomia universitária de cada instituição.

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