Uma resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE) pretende impedir que adolescentes com menos de 18 anos cursem a Educação de Jovens e Adultos (EJA), o antigo supletivo. Por falta de uma legislação clara no país, há hoje cerca de 642 mil estudantes entre 15 e 17 anos nessas salas de aula, 13% do total.
A nova regra não é consenso entre educadores e será votada na próxima quarta-feira. Se aprovada, segue para homologação do Ministério da Educação, que se posiciona contra a mudança. A faixa etária discutida pelo CNE é uma das mais preocupantes da educação pública brasileira atualmente. Segundo dados do IBGE divulgados na semana passada, nem 50% dos 10,2 milhões de brasileiros de 15 a 17 anos estão no ensino médio, considerado o nível adequado.
Fora os que cursam EJA, há muitos com defasagem de aprendizagem, estudando com colegas mais novos no ensino fundamental, e outro 1,6 milhão está fora da escola. Hoje, a maioria dos estudantes da EJA tem mais de 25 anos; eles são 2,6 milhões dos 4,8 milhões no nível de ensino. Mas há também alunos com menos de 15 anos – mais da metade deles no Nordeste.

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