A reunião ocorreu na Santa Casa (Foto: Priscila Rocha)

Da Redação

Na manhã desta segunda-feira (20) membros da mesa administrativa da Santa Casa de Caridade de Formiga se reuniram com prefeitos e secretários de Saúde de cinco cidades que compõem a microrregião de Formiga.

O objetivo da reunião foi expor aos representantes dos municípios que são atendidos pela Santa Casa, sobre a precária situação financeira da entidade.  O encontro foi presidido pelo primeiro tesoureiro, o médico Carlos Eduardo Senne de Moares que apresentou um resumo detalhado da composição de custos relativos ao funcionamento da Santa Casa nos moldes atuais de atendimento ofertado, inclusive apresentando a relação dos gastos e compromissos necessários para tal.

Para continuar prestando atendimento via Sistema Único de Saúde (SUS), a mesa administrativa do hospital propôs aos municípios uma gestão compartilhada. “Se os municípios não nos ajudarem, a Santa Casa não poderá continuar a atender a todos”, disse Carlos Eduardo.

Segundo ficou demonstrado pelo médico, Formiga é a única cidade da microrregião que mantém um compromisso firme com o hospital, com relação ao atendimento SUS. O município repassa para a Santa Casa o valor  mensal de R$138.900. Carlos Eduardo informou ainda que o repasse recebido de Córrego Fundo se refere à cobertura de custos com a administração da UPA do município.

Proposta  

A proposta de gestão compartilhada apresentada pela Santa Casa pretende que cada cidade participe ativamente do fluxo de caixa da entidade, sem o que, o déficit atual não se desfaz. Cada município contribuiria com o valor de  R$3 por habitante para que o hospital possa manter o atendimento da Rede Resposta (atendimento de urgência e emergência). Dessa forma além de ajudar a manter o hospital cada cidade teria ainda autonomia para gerenciar o valor repassado. “Com a gestão compartilhada, todos os municípios participam da administração da Santa Casa, assim juntos poderemos oferecer um serviço de melhor qualidade para a população”, disse Carlos Eduardo.

O Governo do Estado repassa ao hospital, o valor de R$200 mil/mês referente á Rede Resposta. A microrregião, composta por nove cidades (Formiga, Córrego Fundo, Bambuí, Pains, Pimenta, Iguatama, Medeiros, Tapiraí e Córrego Dantas) soma um total de 130 mil habitantes e se todos os municípios contribuírem com o proposto,  o valor arrecadado seria de R$390 mil/mês.

A promotora de Justiça Clarissa Gobbo acompanhou a reunião e informou aos representantes dos municípios que, caso não haja um acordo, ela recomendará que o hospital cancele o atendimento à microrregião. “Formiga não tem condições de manter o hospital, sozinha”.

Os representantes dos cinco municípios que estiveram presentes na reunião (Formiga, Córrego Fundo, Bambuí, Pains, Pimenta) se manifestaram a favor de ajudar a Santa Casa. O secretário de Saúde de Bambuí, Alessandro Gomes e o consultor da pasta, Anderson Amaral fizeram uma contraproposta ao valor do convênio, dividindo o valor em R$2 por habitante para pacientes de urgência (vermelha e laranja, segundo protocolo de Manchester) e mais R$1, para ser negociado com a realização de exames e cirurgias eletivas, de acordo com a necessidade do município solicitante, devendo tal montante ser cumulativo.

Apenas o prefeito de Pimenta, Ailton Costa (Sapinho) não aceitou o valor proposto e fez uma contra proposta de R$1 para atendimento de urgência mais R$1 para exames. A  pretensão do prefeito  foi descartada pela mesa administrativa da Santa Casa, por ser inviável para se manter os serviços ofertados.

Já os representantes de Bambuí ressaltaram que precisam rever o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o hospital do município, Nossa Senhora do Brasil, para aceitar a proposta ofertada.

O município de Medeiros, que não enviou representantes, deverá analisar a proposta, posteriormente.

Caso os municípios aceitem a proposta, o convênio será fechado em comum acordo com o Ministério Público, sendo o valor repassado a Santa Casa, antecipadamente, mês a mês.

Estiveram presentes na reunião o prefeito de Formiga, Eugênio Vilela e o secretário de Saúde do município, José Geraldo Pereira, a prefeita de Córrego Fundo, Érica Leão e a representante da Saúde, Keli Silva; o prefeito de Pimenta, Ailton Costa (Sapinho) e a secretária de Saúde, Linara Domingos; o secretário de Saúde de Bambuí Alessandro Gomes e o consultor da pasta, Anderson Amaral; e o secretário de Saúde de Pains, Luis Augusto da Silva.

Não participaram do encontro os representantes das cidades: Iguatama, Medeiros, Tapiraí e Córrego Dantas.  Segundo a administração da Santa Casa, todas as nove cidades receberam  convite e apenas o município de Tapiraí não teria confirmado presença.

Representando a Santa Casa estiveram presentes os membros da mesa administrativa: o provedor, Alexandre Augusto Amaral; a vice – provedora, Anice Kallas Bottrel; a primeira-secretária, Lindamar Azarias; o segundo secretário, Phillipe Diniz Figueiredo Pinto e o   secretário de relações públicas, Kleber Almeida Vaz . Também acompanhou a reunião, o  diretor clínico e técnico do hospital, Ronan Rodrigues de Castro Júnior e o assessor jurídico, Antônio Monteiro.

O que disse o prefeito  Eugênio Vilela:

O prefeito Eugênio Vilela lembrou que a Santa Casa precisa ser vista como uma entidade da microrregião, razão pela qual todos eram convidados a participar desta solução que pode vir a evitar a paralização de uma série de serviços que hoje ela presta, o que, sem dúvida alguma, não é do interesse de nenhum dos municípios que compõe a microrregião. Afirmou ainda que Formiga se compromete a manter religiosamente em dia o compromisso ora assumido e com relação ao débito herdado de administrações anteriores, sua administração já está negociando com a Santa Casa, uma forma de ir aos poucos saldando tais compromissos.

Confira vídeo com o prefeito:

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