Durante a reunião da Câmara Municipal de segunda-feira (5), foi exibido um vídeo com imagens e depoimentos de pessoas que moram nas ruas de Formiga. Os vereadores José Gilmar Furtado (Mazinho/DEM) e José Geraldo da Cunha (Cabo Cunha/PMN) bancaram os repórteres e saíram pela cidade procurando pessoas desabrigadas para entrevistarem. O intuito era mostrar a necessidade de um albergue para migrantes em Formiga.
O vídeo tinha até fundo musical e os desabrigados deram depoimentos enrolados em cobertores, o que dramatizou ainda mais a reportagem. Os vereadores que fizeram a denúncia e a reivindicação do albergue questionaram que a Prefeitura tem no orçamento R$12 mil para a construção do abrigo e o vereador Mazinho chegou a dizer que, com esse dinheiro, a Prefeitura poderia fazer a obra.
A reclamação não agradou muito aos membros do Executivo e, na quarta-feira (7), os secretários Joice Alvarenga (Desenvolvimento Humano) e Túlio Fonseca (Comunicação) concederam uma entrevista ao programa Rádio Jornal, da rádio 93 FM, explicando sobre o assunto.
Joice Alvarenga declarou que foi ?maldade? dos vereadores e que as pessoas que estão nas ruas da cidade não são migrantes, são formiguenses que ficam nas ruas por problemas familiares ou por causa de drogas e outras situações, conforme laudos feitos pela assistente social da secretaria.
Com relação aos R$12 mil para o albergue, Joice Alvarenga explicou que, na verdade, essa verba foi colocada como dotação orçamentária porque o prefeito Aluísio Veloso/PT está correndo atrás de emendas parlamentares para a obra e que esses R$12 mil seriam usados como contrapartida. A secretária retrucou que qualquer pessoa com a mínima noção de construção civil sabe que, com esse valor, não se constrói praticamente nem a base. Joice Alvarenga ainda criticou que, quando alguém vai fazer uma denúncia tem que procurar se informar primeiro para se fundamentar.
Conforme a secretária, são atendidos migrantes de todo lugar, independente da origem e, inclusive, a equipe da secretaria doa um kit com diversos materiais e já ajudou algumas pessoas a reencontrarem familiares. Entretanto, Joice Alvarenga explica que há casos em que precisam solicitar que a pessoa faça um boletim de ocorrências, pois pode ser um foragido da Justiça. Ela esclarece que, às vezes, solicitam documentos e algumas pessoas são resistentes em apresentá-los. Há ocasiões em que a assistente social precisa até mesmo acompanhar os migrantes à delegacia. Conforme a secretária, alguns se recusam e são esses que saem reclamando.
O secretário Túlio Fonseca também chamou a atenção dos vereadores pelas formas que têm atuado, principalmente em relação às críticas contra a administração municipal e criticou que ?a maior parte dos vereadores não sabe o que fala, infelizmente?. O chefe da comunicação municipal admitiu que não lê jornal e não assiste televisão para ver as notícias da cidade e explica que tem outros meios de se informar. Também comentou que não acredita em tudo o que falam por aí.

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