Representantes de associações ligadas às forças de segurança pública de Minas Gerais protestaram, nesta segunda-feira (20), contra o governador Romeu Zema (Novo). Eles chegaram a entrar em conflito com policiais militares na porta de um prédio que sediou um evento com a presença do chefe do Executivo estadual, no Centro de Belo Horizonte. Um vídeo mostra os PMs tentando viabilizar a entrada de uma comitiva de carros no estacionamento do local.

O grupo levou faixas em tom crítico a Zema. O governador foi chamado de “mentiroso” e acusado de dar “calote” nos servidores da segurança, que reivindicam recomposição dos salários mensais.

O Palácio Tiradentes e lideranças das forças policiais estão em rota de colisão desde 2020, quando Zema vetou dois aumentos escalonados nos salários das tropas. No ano passado, sindicatos calcularam que a corrosão inflacionária nos vencimentos, medida entre 2015 e 2022, demandaria recomposição salarial de 35,44%.

O protesto desta segunda aconteceu antes de Zema participar do lançamento de um programa que oferece cursos profissionalizantes a pessoas em situação de vulnerabilidade social.

No fim do mês passado, o governo enviou, à Assembleia Legislativa, projeto de lei (PL) para conceder reajuste de 3,62% aos servidores civis e militares do estado. Dias depois, Zema disse encarar com “naturalidade” as críticas feitas por setores da segurança pública.

Gostaria de dar um reajuste de 30%. Só que temos que dar um reajuste de acordo com o que os recursos que o governo tem. É uma situação difícil. Só vamos conseguir equacionar essa questão a longo prazo. Espero que os governadores que me sucederem encontrem um estado mais viável. Não serei irresponsável de voltar a atrasar pagamentos e entregar para meu sucessor um estado arrasado como eu assumi”, afirmou, à ocasião.

No ano passado, deputados estaduais ligados às forças de segurança articularam a apresentação de uma emenda parlamentar que permitiria o aumento de 12,84% nos salários dos agentes – mesmo percentual concedido à época aos trabalhadores da educação. A emenda, entretanto, acabou rejeitada pela maioria dos integrantes da Assembleia.

 

Fonte: Itatiaia

 

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